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Rússia espera ter "relação construtiva" com novo chanceler alemão

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O Kremlin anunciou hoje que espera que seja estabelecida uma "relação construtiva" entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e Olaf Scholz, o novo chanceler alemão e sucessor de Angela Merkel.

"Contamos com uma continuidade [da política] para que sejam estabelecidas relações construtivas entre o Presidente [russo] e o novo chanceler" alemão, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, em conferência de imprensa.

Peskov adiantou esperar que "o lado alemão também considere que não há alternativa ao diálogo como forma de resolver as disputas mais sérias".

Apesar das múltiplas crises russo-ocidentais e de várias divergências profundas, Angela Merkel, que fala russo, e Vladimir Putin, que fala alemão, estabeleceram durante 16 anos uma relação de trabalho cordial, embora complexa, tentando dissociar as suas diferenças geopolíticas dos seus interesses económicos.

Apesar de a Alemanha ter validado todas as vagas de sanções contra Moscovo por causa do conflito na Ucrânia ou da repressão à oposição russa, Merkel apoiou firmemente, mesmo enfrentando pressão de alguns aliados, a construção de um gasoduto submarino entre a Rússia e a Alemanha para abastecer a Europa com gás russo.

A agora ex-chanceler fez uma visita de despedida a Moscovo em agosto.

Eleito hoje chanceler federal pelo Parlamento alemão (Bundestag), Olaf Scholz é um social-democrata, fazendo parte do maior partido de centro-esquerda, assim como fazia o antecessor de Merkel, Gerhard Schröder, amigo de Putin que se tornou presidente do conselho da Rosneft, a gigante do petróleo russo.

Scholz, que foi vice-chanceler e ministro das Finanças na última grande coligação, assume hoje a nona chancelaria desde o final da II Guerra Mundial, sucedendo no cargo à conservadora Angela Merkel, que passa o poder após 16 anos no executivo germânico.

O novo chanceler eleito recebeu 395 votos.

A nova coligação de três partidos (além dos social-democratas, fazem parte também os liberais do FDP e os ecologistas Verdes) detém 416 dos 734 assentos na câmara baixa do parlamento.

Scholz será, ainda hoje, nomeado formalmente chanceler pelo Presidente da Alemanha e empossado pelo presidente do Parlamento.