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Bahrein diz que interceptou conspiração iraniana para atacar estrangeiros

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O Bahrein terá interceptado uma conspiração de militantes apoiados pelo Irão, que visava atacar diplomatas e estrangeiros no país, onde está instalada uma frota da Marinha dos EUA, relataram hoje a televisão estatal saudita e a imprensa local.

Por enquanto, os detalhes sobre a alegada conspiração são escassos, já que o Ministério do Interior do Bahrein e a imprensa estatal não reconheceram publicamente o acontecimento nem as posteriores detenções.

As autoridades do Governo do Bahrein, que, segundo a agência de notícias Associated Press, anunciam frequentemente o desmantelamento de conspirações de militantes apoiados pelo Irão, não quiseram comentar as notícias de hoje.

As alegações foram feitas numa altura em que as tensões entre o Irão e os Estados Unidos continuam a aumentar, depois de o Governo do Presidente Donald Trump ter invocado a reinstalação das sanções das Nações Unidas contra Teerão devido ao incumprimento do acordo sobre o programa nuclear - algo contestado por outras potências mundiais.

Por outro lado, os iranianos terão ameaçado vingar-se do ataque dos Estados Unidos que matou o general iraniano Qassem Soleimani em janeiro passado, coisa que a Guarda Revolucionária paramilitar do Irão já promete há muito tempo.

A televisão estatal saudita, que noticiou a alegada conspiração, exibiu imagens do que parecia ser a polícia a invadir uma casa através de uma passagem escondida, com espingardas e explosivos, aparentemente apreendidos na operação.

Nove militantes foram presos, enquanto outros nove estão supostamente no Irão, segundo a televisão saudita. A imprensa estatal iraniana admitiu que o Bahrein fez detenções, mas nenhum responsável fez qualquer comentário.

As autoridades terão descoberto a conspiração depois de encontrar um explosivo na rua, que se acredita ter sido 'plantado' para atingir uma "delegação estrangeira", avançou o jornal pró-governo do Bahrein Akhbar Al-Khaleej, citando o Ministério do Interior. O ministério acusou a Guarda iraniana de apoiar os militantes, que também fiscalizaram áreas de petróleo e bases militares, disse o jornal, acrescentando que o plano incluía assassinar guarda-costas de autoridades do Bahrein.

Não ficou claro quando terá ocorrido a conspiração nem as detenções, já que a notícia do Akhbar Al-Khaleej se referia a incidentes que datavam de 2017. O jornal ligou os militantes à brigada Al-Ashtar, um grupo xiita que assumiu a responsabilidade por uma série de atentados no Bahrein, incluindo dois que mataram agentes da polícia.

O Bahrein abriga a 5.ª frota da Marinha dos Estados Unidos, que patrulha os canais do Médio Oriente, sendo que as autoridades mostraram, no ano passado, preocupação com a possibilidade de marinheiros e fuzileiros navais norte-americanos poderem ser alvo de ataques iranianos, assim como outros militares dos EUA. Os Estados Unidos têm 7.000 soldados no Bahrein. O Bahrein, reino insular da costa da Arábia Saudita, normalizou, na semana passada, as suas relações com Israel, em conjunto com os Emirados Árabes Unidos.

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