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Ataques armados a fazendas agrícolas fazem cinco mortos na África do Sul

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Ataques armados contra agricultores latifundiários sul-africanos provocaram pelo menos cinco mortos desde sexta-feira, anunciou hoje o sindicato agrícola comercial da África do Sul (TLU SA, sigla em inglês), que instou os empresários a defenderem-se.

O responsável pela área de segurança do TLU SA, Chris van Zyl, adiantou à Lusa que nove ataques armados a fazendas agrícolas entre sexta-feira e domingo resultaram na morte de cinco agricultores, três dos quais em Hartswater, Cabo do Norte, sudoeste do país.

"Que eu saiba, quatro pessoas (uma mulher e três homens) foram presas pela polícia na área de Hartswater. São todos africanos negros", referiu Chris van Zyl. Os relatórios disponíveis, referiu a mesma fonte, indicam que a resposta das forças de segurança ao incidente de Hartswater "foi muito profissional".

"Em todos os casos, a resposta da SAPS (Polícia Sul-Africana) foi reativa depois de os crimes terem sido cometidos", adiantou. Os incidentes ocorreram em cinco das nove províncias, nomeadamente em Gauteng, Limpopo, Noroeste, Cabo do Norte e Cabo Oriental, disse aquele responsável, acrescentando que os incidentes envolverem em média 20 assaltantes em grupos de 3-5 homens armados.

Chris van Zyl disse que os dados disponíveis indicam que o confinamento decretado desde 27 de março pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, "só conseguiu suprimir crimes nas primeiras semanas" e que o número de ataques armados e de assassínios de agricultores comerciais na África do Sul aumentou significativamente durante o período de confinamento contra a covid-19.

"Quando os dados das primeiras cinco semanas de confinamento são comparados com as cinco semanas anteriores, ocorreram 18 ataques e sete assassínios, enquanto que no período precedente foram registados 47 ataques e 12 assassínios", declarou à Lusa Chirs van Zyl.

"Igual comparação feita nas 15 semanas anteriores e posteriores reflete 84 ataques e 14 assassínios, enquanto que no mesmo período durante o confinamento reflete 86 ataques e 18 assassínios", referiu o dirigente agrícola sul-africano.

Além do aumento do crime no país, a organização agrícola sublinhou que a polícia sul-africana encerrou várias esquadras devido à covid-19.

Num relatório divulgado no início deste mês, a ONG sul-africana AfriForum indicou que o número de incidentes armados contra agricultores comerciais na África do Sul, têm vindo a aumentar nos últimos oito anos tendo registado 552 ataques armados e 57 homicídios em 2019.

A província de Gauteng, envolvente a Joanesburgo, foi a mais atingida no ano passado com 30% dos ataques armados a fazendas agrícolas, seguida do Noroeste (15%) e Limpopo (11%), indicou a AfriForum.

A África do Sul é o país do continente mais afetado pela covid-19, com 7.257 mortos e mais de 459 mil casos.

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