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Parte das 20 mil toneladas de petróleo derramados na Sibéria atingem lago no Ártico

Parte das 20 mil toneladas de petróleo derramados de um tanque de uma fábrica de energia na Rússia na semana passada infiltraram-se num lago do Ártico, disse hoje o governador regional de Krasnoyarsk, na Sibéria.

O governador regional de Krasnoyarsk, Alexander Uss, citado pela agência AP, acrescentou que ainda não foi possível perceber os danos causados nos peixes e em outros recursos naturais no lago Piassino (na Sibéria).

Os trabalhadores destacados para resolver a emergência lançaram barreiras para impedir que o combustível chegasse aquele lago pelo seu afluente, o rio Ambarnaya, mas não conseguiram impedir que o derrame se espalhasse rio abaixo.

Alexander Uss disse ainda que espera que as autoridades consigam conter o derrame e prevenir que o combustível chegue ao rio que é alimentado pelo lago e que desagua no mar Kara e que faz parte do oceano Ártico.

O governador regional criticou duramente as autoridades locais em Norilsk, acusando-as de uma “clara desinformação” para desvalorizar o derrame.

A fábrica de energia pertence a uma subsidiária da gigante de mineração russa Norilsk Nickel, empresa cujas fábricas de grande dimensão na região fizeram de Norilsk, que está a 2.900 quilômetros a nordeste de Moscovo, uma das cidades mais poluídas do mundo.

O diretor da fábrica foi acusado na segunda-feira de violar os regulamentos ambientais e incorre numa pena de prisão até cinco anos, caso seja considerado culpado.

O derrame aconteceu quando um dos tanques de combustível de uma fábrica de energia pertencente a uma subsidiária da gigante de mineração russa Norilsk Nickel rebentou na semana passada, provocando a fuga de 20.000 toneladas de petróleo.

A situação foi considerada como o pior acidente ecológico com hidrocarbonetos na região pelas organizações ambientais, que estão a ajudar a limitar os danos, num contexto dificultado pelos acessos limitados ao local e pela profundidade do rio, que impede operações de barco.

O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou na quarta-feira o estado de emergência e criticou publicamente os responsáveis locais, incluindo o presidente da subsidiária da Norilsk Nickel, que demorou a reagir e que acabou por dizer que não tinha havido qualquer falha por parte da empresa.

Segundo a Norilsk Nickel, o tanque foi danificado quando os pilares embutidos no pergelissolo (tipo de solo encontrado na região do Ártico) começaram a afundar, incidente que a empresa atribui às mudanças climáticas.

Este não foi o primeiro acidente ambiental da Norilsk Nickel, um dos principais produtores mundiais de níquel e paládio -- que servem para fabrico de catalisadores e baterias para veículos.

Em 2016, uma das suas fábricas derramou acidentalmente produtos químicos num rio do extremo norte, “pintando-o” de vermelho.

Na sexta-feira, o ministro das Situações de Emergência foi ao local para conhecer o progresso das operações de socorro, anunciando, na altura, que tinham sido recolhidas 200 toneladas de combustível e lubrificantes.

A associação ambientalista World Wide Fund for Nature (WWF) congratulou-se com o anúncio do Governo russo, elogiando a utilização de uma represa flutuante antes de o combustível chegar ao lago Piassino.

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