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Mundo

As principais reacções do Mundo à morte de George Floyd

A morte do afro-americano George Floyd gerou várias reações internacionais aos distúrbios e manifestações contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos, as principais das quais ficam aqui resumidas.

Floyd, de 46 anos, morreu em 25 de maio em Minneapolis, nos Estados Unidos, quando um polícia branco pressionou o joelho contra o seu pescoço enquanto o detido estava algemado no chão e gritava que não conseguia respirar.

Vaticano

“Não podemos tolerar nem fechar os olhos a qualquer forma de racismo ou exclusão e fingir defender a santidade de toda a vida humana”, disse hoje o papa Francisco durante a sua audiência semanal, descrevendo o racismo como “pecado”.

“Ao mesmo tempo, temos de reconhecer que a violência registada nas últimas noites é autodestrutiva”.

ONU

A pandemia e os protestos provocados pela morte de George Floyd mostram as “discriminações raciais endémicas” nos Estados Unidos, disse na terça-feira a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

No dia anterior, o secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu que “as autoridades devem mostrar contenção na forma de lidar com os manifestantes nos Estados Unidos” e que a violência policial deve ser objeto de investigações tanto nos Estados Unidos como em qualquer outro país.

União Europeia

“Aqui na Europa, estamos chocados e consternados com a morte de George Floyd, tal como a população dos Estados Unidos”, disse na terça-feira o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.

Reino Unido

A morte de George Floyd é “escandalosa” e “imperdoável”, considerou hoje o primeiro-ministro, Boris Johnson, defendendo que “as manifestações devem ocorrer de maneira legal e razoável”.

Uma manifestação estava planeada para o meio-dia de Londres e uma associação convidou os britânicos a fazerem um protesto no final do dia, colocando um joelho no chão em frente às suas casas.

França

O ministro do Interior, Christophe Castaner, prometeu hoje que “qualquer falha, excesso e todas as palavras, incluindo expressões racistas” serão “objeto de uma investigação, de uma decisão e de uma sanção”.

A declaração foi feita um dia depois das manifestações em Paris para denunciar a “violência policial” também em França.

As manifestações degeneraram em confrontos com a polícia e levaram à detenção de 18 pessoas na região de Paris.

Cerca de 20.000 pessoas juntaram-se frente ao Palácio da Justiça de Paris em protesto, depois da divulgação de um novo relatório forense que atribui a morte do jovem negro Adama Traoré, em 2016, à violência policial.

Portugal

Várias manifestações para apoiar os protestos nos Estados Unidos foram convocadas para este fim de semana em Portugal, nomeadamente em Lisboa e Coimbra.

Espanha

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, expressou hoje solidariedade com as manifestações nos Estados Unidos e mostrou-se preocupado com as formas “autoritárias” de resposta aos protestos.

O chefe do executivo considerou que todos deveriam unir-se para combater o que considera ser “o mal do nosso tempo”, a ultradireita.

Em Espanha, vários protestos para apoiar manifestantes nos Estados Unidos foram convocados nas redes sociais para domingo à noite.

O apelo foi lançado por um grupo chamado Comunidade Africana Negra e Afrodescendente de Espanha.

Irlanda

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Simon Coveney, disse, num ‘tweet’ publicado hoje que está “profundamente preocupado com os problemas subjacentes à desigualdade racial que inspiram os protestos nos Estados Unidos”.

“Todos devemos estar vigilantes contra o flagelo do racismo. A violência não é a resposta; a liderança comunitária e política é”, disse.

O parlamento observou hoje um minuto de silêncio para expressar o seu “horror e rejeição pelo racismo”.

Alemanha

“A mobilização pacífica que estamos a testemunhar nos Estados Unidos, com muitos gestos emotivos por parte de polícias norte-americanos, é compreensível e mais do que legítima”, disse na terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas.

A Federação Alemã de Futebol anunciou hoje que não aplicará sanções a quaisquer tributos a George Floyd feitos durante jogos da Bundesliga.

Canadá

Pressionado na terça-feira a comentar a atitude do Presidente norte-americano, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, ficou sem palavras por mais de 20 segundos, antes de reafirmar que os canadianos estão a acompanhar a situação nos Estados Unidos com “horror”.

“Este é o momento de unir as pessoas”, disse, sem mencionar o nome de Donald Trump.

Austrália

O Governo de Camberra anunciou na terça-feira que vai investigar o ataque da polícia norte-americana a dois jornalistas australianos que estavam a cobrir uma manifestação perto da Casa Branca e que pondera fazer um protesto oficial.

Manifestações solidárias para com a mobilização nos Estados Unidos ocorreram terça-feira em Sydney e em várias cidades da Nova Zelândia na segunda-feira.

Rússia

A Rússia admitiu na terça-feira ter ficado “escandalizada” com a violência da polícia norte-americana contra os jornalistas, em particular contra um colaborador da agência russa Sputnik, que cobriu os distúrbios que abalaram os Estados Unidos.

Irão

A morte de George Floyd é reveladora da “natureza da América” e da sua forma de oprimir os povos do planeta, incluindo o seu próprio, disse hoje o líder supremo iraniano, Ali Khamenei.

“É a natureza da América, é o que sempre fez no mundo inteiro: Afeganistão, Iraque, Síria e outros países incluindo o Vietname”.

China

A China denunciou na segunda-feira a “doença crónica” do racismo nos Estados Unidos e o sistema de “dois pesos e duas medidas” de Washington contra Hong Kong.

“Porque é que os Estados Unidos tratam os partidários da violência e da chamada independência de Hong Kong como heróis, enquanto chamam “rebeldes” àqueles que denunciam o racismo?”, questionou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian.

Carrie Lam, chefe do executivo pró-Pequim em Hong Kong, também afirmou na terça-feira que Washington ter “dois pesos e duas medidas”.

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