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O dinheiro não cairá do céu

Há quem acredite que virá da UE dinheiro a “fundo perdido” que permitirá a Portugal recuperar a economia afetada pela crise pandémica sem uma pontinha de austeridade. Assim o prometeram o ex-ministro das finanças (ex-MF), o Primeiro Ministro (PM) e assim o exigem BE e PCP cuja solução para a dívida pública é não pagá-la. Nada garante que as medidas de auxílio preconizadas pela Comissão Europeia (CE) para a criação de um Fundo de Recuperação de 750.000 milhões de euros avancem nos moldes inicialmente propostos. Veja-se o recente voto contra do Parlamento Finlandês reprovando o montante das subvenções e o prazo dos empréstimos propostos pela CE. Há também os iludidos que gostam de ouvir as balelas para entreter distraídos que o PM e os seus aliados da esquerda nos impingem como se o eufemismo do fundo perdido não acabasse sempre por sair dos bolsos dos contribuintes portugueses que pagam impostos. É fácil dizer como o fez o ex-MF que com ele não haveria austeridade, também por isso se apressou a ir embora, só que a alternativa à austeridade será agravar ainda mais o nosso endividamento. A austeridade que resulta dos cortes de remunerações pagas pelo Estado e aumento de impostos é a forma de cumprirmos as nossas obrigações minorando o endividamento público e privado. Venha de que forma vier dinheiro da UE terá sempre como consequência aumentar o elevado endividamento que nos condiciona e muito no presente, e que se não for contido condicionará irremediavelmente o nosso futuro. O atual ministro das finanças ao intervir na AR foi mais prudente que o anterior ao afirmar que nesta fase não existiria austeridade mas sem se atrever a descartá-la. Cabe-nos escolher se queremos uma austeridade voluntária e equilibrada para conter uma escalada descontrolada do endividamento ou uma austeridade imposta pelos credores fruto de uma nova bancarrota como a que tivemos na última crise em que um governo PS lançou o País. O dinheiro não cairá do céu!

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