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O que nós somos

Não somos, muitas vezes, nem metade do que julgamos ser.

Eu até diria que não somos nada, além disso mesmo.

Somos uma alma encerrada num corpo físico, até que o mesmo se transforme, tão só, em pó.

Não somos, muitas vezes, nem metade do que julgamos ser.

E o nosso maior erro, é julgar que somos mais do aquilo que nunca seremos.

Não somos, muitas vezes, nem metade do que julgamos ser.

E não raras vezes, e porque somos julgados por aquilo que parecemos ser, temos a tentação de lutar contra a nossa própria natureza e tentamos ser aquilo que a sociedade de forma perversa, espera que sejamos.

Quando deixarmos de ser aquilo que somos e passarmos a ser aquilo que os outros esperam, teremos entrado definitivamente em contramão naquela que é, a estrada da Vida.

Assim o mais expectável é que, mais dia, menos dia, batamos de frente com a realidade.

Realidade essa que será certamente bem mais dura e cruel do que, algum dia, pudemos imaginar.

Pois quem viver de forma hipócrita, uma vida que não é sua, estará apenas a alimentar uma mera e efémera ilusão.

Por tudo isto, e porque as ilusões não são sonhos, limito-me a ser eu, limito-me a viver o meu eu.

Mas continuo a sonhar, pois se o sonho comanda a vida, enquanto sonhar, não a darei por perdida.

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