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Portugueses desembarcam de navio de cruzeiro em Marselha

Foto EPA
Foto EPA

Um grupo de 26 portugueses, passageiros de um navio de cruzeiro, vai desembarcar na terça-feira no porto de Marselha, sul de França, após mais de um mês sem porem um pé em terra devido à pandemia da covid-19.

O sinólogo António Graça de Abreu, um dos mais de 1.700 passageiros do MSC Magnifica, disse à Lusa que os portugueses irão sair do navio, onde não foi detetado qualquer caso da covid-19, para dois autocarros com destino a Portugal.

A partida está marcada para as 14:00 de terça-feira (13:00 em Portugal continental) e a viagem será “praticamente direta, sem contactos com ninguém, até à Gare do Oriente”, em Lisboa, sublinhou o professor universitário.

Graça de Abreu está confiante que não terão problemas nas fronteiras. “Temos já os documentos do consulado de Portugal em Marselha, com a descrição das pessoas, e da embaixada de Portugal em Madrid”, disse.

“Está tudo confirmado”, acrescentou.

A maioria dos passageiros do Magnifica já desembarcou, sem que tenha sido realizado qualquer teste ao novo coronavírus à saída da embarcação, relatou.

“Não havia qualquer caso a bordo, os passageiros (...) não desembarcavam há 40 dias”, explicou à agência France-Presse a agência regional de saúde em Marselha.

A última vez que os passageiros foram a terra foi na capital da Nova Zelândia, Wellington, a 10 de Março, confirmou Graça de Abreu.

O grupo de cruzeiros MSC organizou “mais de 60 autocarros” para levar a maioria dos passageiros até ao aeroporto de Paris-Charles de Gaulle, mas a sugestão não foi aceite pelo grupo de portugueses, referiu Graça de Abreu.

“A maioria dos voos tem sido cancelada e poderíamos ficar pendurados no aeroporto durante não sei quantos dias”, sublinhou o sinólogo.

Desde o aparecimento do novo coronavírus na China no final de 2019, vários navios de cruzeiro tornaram-se focos da covid-19, tendo alguns navios sido recusados por vários portos.

O mesmo aconteceu ao Magnifica, disse Graça de Abreu.

“Nenhum porto aceitava o navio e nós também não estávamos interessados em sair em nenhum porto porque podia vir o coronavírus cá para dentro”, admitiu.

O receio do contágio acabou por não se confirmar. “Houve alguns velhotes que tiveram de ser retirados do navio, mas não foi por causa do coronavírus, foi por outras doenças”, disse Graça de Abreu.

A Lusa contactou o gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, sobre este caso, mas sem resposta até ao momento.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 165 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

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