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Oito tripulantes de navio português no Benim dados como desaparecidos

Navio de bandeira portuguesa e registado do MAR, ou seja ostentando o nome ‘Madeira’ no casco, foi alvo de um ataque por piratas

Foto DR
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Oito marinheiros do navio porta-contentores de bandeira portuguesa “Tommi Ritscher”, alvo de um ataque por piratas no Benim, foram hoje dados como desaparecidos pelas autoridades locais, anunciou a empresa que gere o navio.

O anúncio foi feito pela empresa alemã Transeste, propriedade de uma empresa de Singapura, e que gere as operações do navio que foi alvo de um ataque por piratas ao largo de Cotonou, uma das maiores cidades do Benim. Este navio de bandeira portuguesa está registado do MAR, ou seja ostenta nome ‘Madeira’ no casco.

Segundo a empresa, citada pela agência France-Presse, após uma operação por parte das forças especiais da Nigéria e do Benim, realizada na manhã de hoje, 11 marinheiros foram encontrados sãos e salvos, mas “oito membros da tripulação estão desaparecidos e parecem ter sido raptados pelos piratas”.

“Durante este período difícil, os nossos pensamentos estão com as famílias dos marinheiros desaparecidos, que mantemos regularmente informados sobre a situação”, acrescentou a Transeste.

Fonte do Ministério do Mar confirmou hoje à Lusa que Portugal está a acompanhar o ataque ao navio porta-contentores de bandeira portuguesa “Tommi Ritscher”, mas salientou que compete ao Benim coordenar as eventuais ações a tomar.

“Dado o navio se encontrar dentro do mar territorial do Benim (dentro das 12 milhas náuticas), compete ao estado costeiro a decisão e coordenação das ações a desenvolver”, disse o Ministério do Mar numa resposta enviada à Lusa, na qual explicou que, “tratando-se de um navio com pavilhão português, o assunto está a ser acompanhado pelas autoridades portuguesas, nomeadamente pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, que estão em contacto com o Estado costeiro onde o incidente ocorreu”.

Na madrugada de sábado para domingo o navio porta-contentores “Tommi Ritscher” encontrava-se fundeado no mar territorial do Benim, a cerca de 2,2 milhas náuticas do porto de Cotonou, onde iria fazer escala, quando foi alvo de um ataque de pirataria, confirmou o Governo português.

Com a utilização de uma lancha rápida, os piratas fizeram uma abordagem ao navio durante a madrugada e subiram a bordo. Os alarmes de proteção foram acionados e a tripulação reagiu ao assalto, tendo as forças militares do Benim ido imediatamente para o local.

Segundo o Ministério do Mar não existiam tripulantes portugueses a bordo, sendo a sua maioria cidadãos filipinos.

A pirataria no mar está definida no Artigo 101.º da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), contemplando qualquer ato ilegal de violência realizada contra os tripulantes ou passageiros de navios, bem como de ilegal abordagem e tomada de controlo sobre o navio, podendo ser em alto mar ou em área de jurisdição de um país.

Na segunda-feira a Lusa noticiou, citando o ‘site’ de informação marítima Dryad Global, que o porta-contentores de bandeira portuguesa “Tomii Ritscher” tinha sido abordado por uma lancha ao largo de Cotonou, a capital do Benim, e vários assaltantes subiram a bordo do porta-contentores.

Portugal tem um navio de guerra a 800 quilómetros do local, no quadro das operações de combate à pirataria no Golfo da Guiné.

O Gabinete Marítimo Internacional considera que o Golfo da Guiné é um dos locais mais perigosos para tripulações, depois de o número de raptos por piratas ter aumentado no último ano.

Segundo a organização, houve 121 tripulantes sequestrados em 2019 em águas do Golfo da Guiné, um aumento face aos 78 de 2018.

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