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PSD diz que sem emergência teria sido “um desastre” e deixa aviso à banca

Foto ANDRÉ KOSTERS/LUSA
Foto ANDRÉ KOSTERS/LUSA

O presidente do PSD defendeu hoje que sem a aplicação do estado de emergência a evolução da covid-19 teria sido “um desastre” em Portugal, e deixou um aviso à banca que “não pode querer ganhar dinheiro com a crise”.

“A banca deve muito, mesmo muito, a todos os portugueses e impõe-se agora que ajude quer as famílias quer as empresas. A banca não pode querer ganhar dinheiro com a crise”, avisou, no debate parlamentar de renovação do estado de emergência, recebendo palmas da sua bancada.

Para o líder do PSD, a banca deve ter “lucro zero” nos exercícios de 2020 e 2021.

“Se a banca apresentar em 2020 e em 2021 lucros avultados, esses lucros avultados serão uma vergonha e uma ingratidão para com os portugueses”, disse.

Quanto à crise sanitária, o líder do PSD defendeu que Portugal registou progressos desde que foi implementado o estado de emergência.

“Por isso, é indiscutível que temos de prolongar o estado de emergência e o PSD irá votar naturalmente favoravelmente”, disse.

Rui Rio salientou que, antes da declaração do estado de emergência, a taxa de crescimento da covid-19 em Portugal era da ordem dos “35% ao dia”, valores que caíram para cerca de 20%.

“Se essa taxa continuasse teríamos hoje mais de 40 mil infetados”, avisou, apontando que cada infetado contaminava mais de três portugueses, taxa que desceu para entre 1,1 e 1,3.

O líder do PSD admitiu que se está “a criar um problema económico ao país” e pediu rigor: “Aquilo que é bom para a saúde é mau para a economia, mas neste momento a saúde tem de estar em primeiro lugar, temos de salvar vidas e qualidade de vida”, defendeu.

“Tudo o que agora estamos a dar, tudo vai ter de ser pago no futuro, temos de ajudar com critério, sem critério o nosso futuro será bem pior. Temos que dar tudo o que é necessário, mas só o que é necessário”, alertou.

É aqui, defendeu, que o setor da banca terá um papel “absolutamente decisivo” no curso dos acontecimentos em Portugal.

“A banca sabe que se empresas morrerem a banca morre com ela”, afirmou.

Rio terminou o seu discurso com dois apelos e um agradecimento.

“Primeiro, aos portugueses que se têm comportando de forma absolutamente impecável, mas à medida que o tempo passa começam a saturar. Renovo o apelo para que fiquem em casa, pensem em si e nos outros”, disse.

O líder do PSD apelou ainda à solidariedade da União Europeia: “Sem uma resposta conjunta, irá crescer o euroceticismo, os extremismos, e iremos ter no futuro menos, muito menos Europa”.

“Se conseguirem ser solidários e se tiverem êxito nas medidas, nós relançamos com força brutal o projeto europeu, disso não tenho dúvida”, afirmou.

Rui Rio agradeceu ainda “a todos os portugueses que continuam a trabalhar” e garantem a todos bens e serviços.

Ao contrário do que aconteceu no último debate parlamentar, hoje a bancada do PSD manteve o cumprimento do quórum de funcionamento (um quinto dos deputados), com os deputados não essenciais a entrarem na sala, registarem-se e saindo em seguida.

A Assembleia da República discute e vota hoje a autorização ao decreto presidencial de prolongamento do estado de emergência, reunindo-se o Conselho de Ministros, à tarde, para aprovar as medidas concretas que aplicarão o decreto.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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