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França proíbe reuniões com mais de 1.000 pessoas devido ao coronavírus

FOTO CHARLES PLATIAU/EPA
FOTO CHARLES PLATIAU/EPA

O ministro francês da Saúde, Olivier Véran, anunciou hoje a proibição de se realizarem no país reuniões com mais de 1.000 pessoas, uma medida que visa conter a propagação do Covid-19.

Olivier Véran anunciou a medida após uma reunião do Conselho de Defesa, que durou mais de duas horas, no palácio presidencial do Eliseu.

“À escala nacional, todas as reuniões de mais de 1.000 pessoas são agora proibidas. As autarquias e ministérios enviarão uma lista de eventos considerados essenciais para a vida da nação”, afirmou, especificando que manifestações, competições e o uso de transporte público não estariam contemplados.

Até agora, o governo francês tinha proibido as reuniões à porta fechada de mais de 5.000 pessoas. Uma ordem emitida no sábado reduziu a duração da proibição para 15 de abril, quando inicialmente era até 31 de maio.

Espera-se que a nova medida anunciada hoje tenha grande impacto no mundo do desporto e dos espetáculos. O número de eventos cancelados já aumentou. O Salão do Livro, agendado para 20 a 23 de março, e a Tattoo World Cup, originalmente agendada entre 13 e 15 de março em Paris, são exemplos de eventos que já foram cancelados.

“Ainda estamos no estádio 2 esta noite, o que significa que a nossa prioridade é fazer tudo o que pudermos para retardar a circulação do vírus em território nacional”, sublinhou o ministro.

“A epidemia não tem, nesta fase, afetado todo o país, mas está a progredir em certas zonas onde a atividade viral é muito dinâmica. Noutras, a atividade viral permanece até hoje, pouco ou nada detetada”, disse Véran, num momento em que a meta simbólica de 1.000 casos confirmados foi ultrapassada, com o anúncio oficial de 1.126 pessoas infetadas e 19 mortes no país.

Outra medida anunciada foi um alargamento das condições para o exercício da telemedicina.

Portugal regista 30 casos confirmados de infeção pelo coronavírus que causa a doença Covid-19, mais nove do que os contabilizados no sábado, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, há 57 novos casos suspeitos, num total de 281 registados desde o início do ano, estando 56 a aguardar resultado laboratorial.

A região Norte continua a liderar o número de casos confirmados de infeção com o novo coronavírus (22, mais sete que no sábado), enquanto a Grande Lisboa tem seis casos (mais um).

Foi confirmado o primeiro caso no Sul do país, o de uma aluna de uma escola de Portimão. O Centro do país continua a registar um caso, enquanto o Alentejo, Açores e Madeira ainda não têm casos de infeção pelo Covid-19.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou cerca de 3.600 mortos entre mais de 105 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, cerca de 60 mil já recuperaram.

Depois de a China ter colocado 60 milhões de pessoas em quarentena para tentar travar a epidemia, a Itália anunciou uma medida idêntica no Norte do país, que pode afetar cerca de 16 milhões de pessoas em cidades como Milão, Veneza ou Parma.

O número de mortos em Itália devido ao novo coronavírus subiu hoje para os 366, um aumento de 133 pessoas face a sábado, divulgou hoje o chefe da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli.

Os casos de contágio são já de 6.387, um aumento de 1.326 face a sábado, de acordo com a agência Efe, e localizam-se sobretudo na região da Lombardia, no norte do país.

O primeiro-ministro italiano anunciou hoje a proibição de entradas e saídas da Lombardia e de outras 14 províncias para limitar a propagação do Covid-19, uma medida que pode afetar cerca de 16 milhões de pessoas em cidades como Milão, Veneza ou Parma.

Giuseppe Conte apareceu às 02:30 horas diante dos jornalistas para explicar que o decreto é difícil, mas necessário para “conter a propagação do contágio”.

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