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Cerca de 350.000 deslocados estão vulneráveis em Myanmar

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Cerca de 350.000 pessoas instaladas em campos de deslocados internos em Myanmar (ex-Birmânia) estão vulneráveis à epidemia da covid-19 devido à falta de medidas sanitárias, denunciou hoje a Human Rights Watch (HRW).

Até ao momento, Myanmar registou oficialmente 10 casos de infeção pelo novo coronavírus, números considerados muito baixos em relação à região, levando a que se coloquem questões sobre a veracidade dos dados e a capacidade do sistema de saúde precário do país.

A organização não governamental (ONG) Human Rights Watch indicou que as grandes comunidades de deslocadas nos estados de Rakhine, Kachin, Shan, Chin e Karen são um dos fatores de risco para uma possível expansão do novo coronavírus.

Também denuncia o acesso limitado dessa população à saúde, água ou higiene, entre outros serviços essenciais.

“Anos de conflito, negligência e políticas abusivas por parte do Governo e do exército birmaneses deixaram centenas de milhares de deslocados à espera da chegada de uma catástrofe da saúde pública”, disse hoje num comunicado Brad Adams, diretor para a Ásia da HRW.

A organização não-governamental denunciou o bloqueio que as autoridades impõem à ajuda humanitária, à restrição de movimentos das pessoas afetadas e ao bloqueio do acesso à Internet.

“As autoridades devem garantir que essas pessoas tenham acesso a informações, ajuda humanitária e serviços de saúde, incluindo testes rápidos e o isolamento daqueles que apresentam sintomas” da covid-19, disse Adams.

Apesar dos esforços do Governo, liderados pela vencedora do Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, mais de uma dúzia de conflitos armados ainda estão ativos no país, alguns por mais de quatro décadas, entre os militares e guerrilheiros étnicos rebeldes.

Existe ainda a perseguição birmanesa sobre a minoria muçulmana rohingya, que já provocou nos últimos anos milhares de mortos e deslocados no estado de Rakhine e, inclusivamente, no Bangladesh.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 697 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 33.200.

Dos casos de infeção, pelo menos 137.900 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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