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Madeira

Carlos Pereira invoca exemplo Regional para responder a gerente da Padaria Portuguesa

Nuno Carvalho endereçou uma carta ao ministro da Economia a queixar-se das medidas apresentadas pelo Governo para apoiar as empresas

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Nuno Carvalho, sócio-gerente da cadeia de lojas Padaria Portuguesa, escreveu uma carta ao ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, onde afirma que as medidas apresentadas pelo Governo no sentido de ajudar as empresas a fazer face à ‘crise’ decorrente da pandemia da Covid-19 “são ineficazes e de forma alguma oferecem soluções para os problemas”.

Na mesma missiva, o representante da gigante nacional alega que “já no próximo mês” a empresa não tem “capacidade financeira para pagar salários aos mais de 1.200 colaboradores”.

As afirmações do empresário indignaram o deputado do PS-Madeira à Assembleia da República Carlos Pereira, que recorreu às redes sociais para defender as medidas anunciadas pelo Governo socialista, realçando o esforço dos pequenos comerciantes em manter os seus funcionários por oposição aos argumentos invocados por Nuno Carvalho.

Para tal, o deputado madeirense deu como exemplo, a padaria Mariazinha, um pequeno estabelecimento nos subúrbios do Funchal.

“A dona Mariazinha não é o Nuno Carvalho e a sua padaria não é a Portuguesa. As preocupações da Padaria Portuguesa estão espalhadas pelo país. Isso mesmo foi bem tratado pelo departamento de marketing da companhia, cujo salário do seu director era capaz de pagar todos os funcionários da padaria Mariazinha. As medidas não são boas, amplificou Nuno Carvalho num discurso engendrado pelos três gabinetes de advogados e (talvez) meia dúzia de consultores. Já a Mariazinha ainda não consegue soletrar lay off e nesta altura não arrisca meter todo o dinheiro que acumulou para pagar um advogado ou um gabinete de contabilidade só para entender o que ‘querem que faça’! O dinheiro que poupou é para salvar a empresa e manter os seus funcionários. É uma questão de honra. De dever. De respeito social”, escreve o socialista na sua página de Facebook, dirigindo ainda críticas à banca.

“A banca trata-a com o desprezo dos pequeninos e não tem nenhuma capacidade para negociar. Não influencia ninguém, nem tem voz mas, é preciso dizer, cria riqueza e emprego que não é só estatística”, vinca, acrescentando que “a Mariazinha sabe que se fechar provavelmente nunca mais abre. Fecha e acaba a história romântica de alguém que subiu a pulso e criou o seu negócio”.

O parlamentar reconhece que Nuno Carvalho “pode ter razão de queixa”, mas nota que “a Padaria Portuguesa tem a robustez e a dimensão para aproveitar os apoios, tem a liquidez para aguentar três meses de facturação a cair vertiginosamente, tem os contactos na banca para obter financiamentos de tesouraria robustos para aguentar meses, tem a capacidade negociar para negociar financiamentos baratos e tem a ajuda de especialistas, de vária ordem, para tirar todos os dividendos da crise e aproveitar todos os apoios”.

“Já a Mariazinha não tem nada disto e é para a Mariazinha que não me calarei para que todos os apoios sejam desenhados e equacionados”, conclui.

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