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Terceira grande guerra

Muitos de nós ouviram falar que estaríamos um passo mais perto de uma terceira grande guerra e de um eventual fim do mundo. Em todo o lado alertavam-nos que este dia em breve chegaria. E assim, olhávamos diariamente para a geopolítica mundial e questionávamos qual dos países é que daria o primeiro passo. Mas tudo esteve sempre diplomaticamente estável. Então, depois começou-se a olhar para as questões ambientais. Aí sim, tínhamos evidências de que daqui as uns anos sofreríamos pelos nossos atos. E de repente, como uma bomba, a natureza declara-nos guerra. Uma guerra sem armas convencionais. Com um protagonista que é cerca de um milhão de vezes mais pequeno que um metro. Um inimigo invisível que pode ser considerado a arma perfeita para destruição de uma sociedade. Tem um tempo de incubação ideal, uma taxa de mortalidade relativamente reduzida e é altamente contagioso, sendo assim, capaz de parar toda uma civilização.

Em meros três meses vimos o mundo que sempre considerávamos nosso a mudar rapidamente e, estamos a viver um momento único na nossa história. Somos os participantes da primeira grande guerra da história moderna em que nós humanos estamos todos do mesmo lado.

Podemos considerar esta declaração de guerra como um ato de equilíbrio natural. Sempre crescemos de forma insustentável e sempre consideramos o habitat como nosso. Destruímos mais de metade das espécies que habitam no mesmo planeta que nós habitamos e, apesar disso, sempre dormimos descansados porque o nosso estilo de vida estava a prosperar. Sempre fomos gananciosos e inimigos do nosso próximo. E amamos acima de tudo e todos o nosso novo deus – o dinheiro.

Resta-nos esperar que após esta etapa, todos nós ao nível pessoal e profissional, tenhamos a consciência do que realmente precisamos, o que é essencial para nós e o que é capaz de ser indispensável. Estamos numa ótima altura de reflexão em que podemos, agora, fazer essa seleção.

Quanto aos governos, é esperado que tenham num futuro a consciência de empregar melhor os dinheiros públicos em setores que são essenciais, pois hoje estamos a depender dos setores onde houve os maiores cortes - Saúde e Investigação.

Por fim, fico à espera que toda esta tormenta passe, para poder ir a uma festa no meu concelho (festas essas que talvez noutra altura não daria tanto valor) de uma forma simples e tranquila e, de sorriso bem à vista poder encontrar-me com os amigos e familiares e beber uns belos copos de uma forma alegre e sossegada com vista para a nossa excelente baía.

Hugo Sousa Câmara

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