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Vencimentos de topo na TAP "revelam desnorte e crise de ansiedade"

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O CDS considerou hoje que "a remuneração da gestão de topo" na TAP é reveladora "do desnorte e da crise de ansiedade que se instalou" na transportadora aérea e exigiu que o ministro da tutela "arrepie caminho" na reestruturação.

Em comunicado, o vice-presidente do CDS Miguel Barbosa acusa o Governo, e em particular o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, de gerir "a questão da TAP de forma desastrada e nebulosa".

"O mais recente da triste série de episódios disparatados -- a remuneração da gestão de topo -- é especialmente revelador do desnorte e da crise de ansiedade que se instalou em torno da TAP", sustenta.

Na segunda-feira, o jornal Eco avançou que três membros da administração da companhia aérea viram os salários aumentados, com o aval do Governo, incluindo o presidente executivo e o presidente do Conselho de Administração.

No dia seguinte, o presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, anunciou que abdicou do acréscimo salarial de que usufruiu a partir da saída de Humberto Pedrosa, porque quer continuar a fazer parte das negociações sobre o futuro da companhia.

Para o centrista Miguel Barbosa, é "inaceitável e inoportuno" que a "questão da remuneração dos órgãos de gestão" da TAP "se coloque" quando a empresa "se prepara para despedir uma parte considerável da sua força de trabalho, e em que os contribuintes são chamados para a socorrer".

Segundo o CDS, o ministro Pedro Nuno Santos, que "representa o interesse coletivo" na TAP, "não pode tentar distanciar-se" desta questão.

No comunicado, o CDS exige que o titular da pasta das Infraestruturas, que tutela a TAP, "arrepie rapidamente caminho de forma a evitar mais um negócio ruinoso", apontando "falta de transparência" ao plano de reestruturação da companhia, apresentado "sem o suporte de estudos e dados" e "sem discussão das alternativas".

O plano de reestruturação da TAP, entregue em Bruxelas este mês, prevê a suspensão dos acordos de empresa, medida sem a qual, de acordo com o ministro Pedro Nuno Santos, não seria possível fazer a reestruturação da transportadora aérea.

O documento entregue à Comissão Europeia prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.

O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo (30% no caso dos órgãos sociais) e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões comerciais.

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