Madeira

Madeira deve apostar em força na aquacultura e na energia eólica no mar

None

O coordenador para as áreas de empreendedorismo, investimento e inovação para a economia do mar do Fórum Oceano, Ruben Eiras, defende que a Madeira tem todas as condições naturais e motivos económicos e ambientais para fazer uma aposta forte no sistema de aquacultura (peixe em jaulas) e na produção de electricidade com estruturas eólicas colocadas no mar. Uma convicção que foi deixada na conferência do ciclo “Pensar o Futuro”, que o DIÁRIO promoveu esta tarde na Gare Marítima da Madeira.

No entender do madeirense que foi director-geral da Política do Mar, o nosso arquipélago “tem condições para a produção de 2.000 toneladas de charuteiro/lírio, o que dará à Madeira uma quota de 5% do mercado mundial desta espécie”. Rúben Eiras destacou o grande valor económico desta espécie – um lírio com 2,5 quilos vale 70 euros, o que é dobro da rentabilidade de um barril de petróleo ou de um quarto de hotel. O especialista explicou que esta aposta “tem de ser feita de uma forma sustentável e com adequado ordenamento marítimo”. “A oportunidade de criar uma economia azul está lá e é necessária. A Comissão Europeia deixa claro que nesta década tem de haver uma transição da base de proteína animal terrestre para a marinha. Nós temos o território para isso e a Madeira tem condições excepcionais para esse aspecto”, completou.

As energias renováveis oceânicas, com recurso a estruturas eólicas montadas no mar, são outra aposta que Rúben Eiras gostaria de ver concretizada na Região. “No Norte do país já temos um parque eólico instalado que se fosse instalado na Madeira poderia fornecer 70% do consumo de electricidade”, sublinhou o mesmo conferencista, que vê nesta opção uma oportunidade para a produção do chamado hidrogénio verde e um potencial de enriquecimento das espécies marinhas, já que as estruturas emersas podem criar recifes artificiais e florestas marinhas.

“A Europa tem a oportunidade de criar a economia azul mais próspera do Mundo e que restaure a saúde do oceano e a abundância da biodiversidade. Por isso, porque não fazer da Madeira o berço deste sonho europeu azul?”, questionou, a terminar a sua intervenção.

Fechar Menu