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Talibãs advertem que Estados Unidos são os que mais sofrerão com fim das negociações

FOTO Reuters
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Os rebeldes talibã advertiram hoje que a decisão do Presidente Donald Trump de cancelar as negociações de paz para o Afeganistão prejudicará sobretudo os Estados Unidos, manifestando a expectativa de que Washington regresse ao diálogo.

“Trump cancelou as negociações com o Emirado Islâmico (como se autodenominam os talibãs), isto prejudicará sobretudo os próprios Estados Unidos”, considerou o movimento rebelde em comunicado após o Presidente norte-americano ter anunciado a sua decisão na rede social Twitter.

Os rebeldes sublinharam que “não se contentarão com nada que não seja o fim da ocupação [...] e continuarão com a sua luta para alcançar este grande objectivo”.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na noite de sábado que cancelou uma reunião secreta em Camp David com líderes talibãs e com o Governo afegão, após um atentado, quinta-feira, reivindicado pelos talibãs em Cabul e que provocou 11 mortos, incluindo um soldado norte-americano.

Os EUA promovem há um ano negociações de paz com os talibãs e as autoridades de Cabul, destinadas a terminar com 18 anos de guerra no Afeganistão.

Trump precisou que deveria reunir-se hoje em Camp David, separadamente e em segredo, com o Presidente afegão Ashraf Ghani e com “os principais dirigentes talibãs”, quando os contactos entre Washington e os representantes dos insurgentes pareciam perspetivar um acordo histórico.

“Anulei imediatamente a reunião”, precisou no Twitter.

Para os talibãs, “esta reacção a um ataque antes de assinar um acordo não mostra nem paciência nem experiência”.

Ainda assim, os líderes do movimento dizem acreditar que Washington regressará às negociações.

Mike Pompeo, chefe da diplomacia norte-americana, disse, entretanto, que os Estados Unidos não excluem a possibilidade de retomar as negociações caso os rebeldes “mudem de atitude”.

Assegurou ainda que o Presidente dos Estados Unidos “ainda não decidiu” se avançará com a decisão de retirar milhares de soldados norte-americanos do Afeganistão, como previsto no projecto de acordo negociado com os talibãs.