Impostos, economia e transportes
Os partidos não podem prometer tudo a toda a gente quando sabem que o dinheiro é escasso. Temos que fazer escolhas
O barão de Mauá, o brasileiro Irineu de Sousa escrevia no século XIX que “o melhor Programa Económico de Governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam, trabalham e consomem”. Ora nem mais. É disto que a Madeira precisa: um Governo que crie as condições para que as pessoas e as empresas possam criar riqueza.
Os partidos não podem prometer tudo a toda a gente quando sabem que o dinheiro é escasso. Temos que fazer escolhas e quem pretende ser Governo deve ter a coragem de falar Verdade aos eleitores.
É por isso que o Programa que elaborei em conjunto com o Conselho Económico e Social do CDS, depois de ouvir muitos especialistas da Região, assenta na Sustentabilidade e na Responsabilidade e assume um conjunto de compromissos, num contrato de 4 anos, com cada um dos Madeirenses e Porto-santenses:
Impostos
Garantir para a Região um regime de baixa fiscalidade que permita atrair capitais e investimento externo, nomeadamente das comunidades emigrantes.
Redução em 30% das taxas do IRS das Famílias de menores rendimentos e da classe média, ao longo dos próximos 4 anos, redistribuindo a riqueza.
Descida da taxa geral do IRC para 17% e para 12% nos lucros até 15 mil euros e aplicar taxas reduzidas para a Costa Norte e para o Porto Santo afim de atrair investimento e criar emprego, fixando as populações.
Baixa progressiva do IVA fixando, no fim da legislatura, taxas de 4% no primeiro escalão, 9% no segundo e 18% no terceiro.
Regime de IRS que permita compensar trabalhadores das empresas privadas das ilhas pelos custos de insularidade, a exemplo do subsídio concedido aos funcionários públicos.
Economia
Apoios Europeus do período entre 2021 e 2027 devem ser canalizados, sobretudo, para o investimento privado e a criação de emprego.
Negociação de um regime mais fiscal mais atrativo para o Centro Internacional de Negócios.
Reposicionar o Destino Madeira como de grande qualidade, duplicando as verbas públicas destinadas à promoção para fazer face ao crescimento da oferta turística que deve ser estabilizada, requalificar as unidades, melhorar os serviços hoteleiros, assegurar qualidade do Alojamento Local e gerar mais receitas.
Apoiar as exportações de produtos regionais através do pagamento a 100 % do frete aéreo ou marítimo até o destino de compra, apoiando a internacionalização das empresas.
Revitalizar as indústrias de bordados e artesanato e garantir a sua autenticidade.
Aumentar a produção agrícola e pecuária a as indústrias agro- alimentares, visando a autossuficiência e a redução das importações.
Reconverter a frota do peixe espada, dar mais valia ao pescado transformado, aumentar a produção de espécies em aquicultura sem ferir a paisagem marítima e criar Escola de Pescas.
Prioridade à compra de produtos regionais nas aquisições do Governo, Câmaras, Hospitais, Lares e Escolas.
Programa de modernização e revitalização do Comércio urbano em conjugação com os Municípios e Associações do setor.
Redução dos custos de contexto das empresas, nomeadamente em transportes, energia, combustíveis e comunicações.
Investir 1 por cento do Produto Interno Bruto em Investigação e Desenvolvimento e subir gradualmente para 2% até 2023.
Criação do Parque de Ciência e Tecnologia, fixando talentos e atraindo empresas de vanguarda, nomeadamente na Europa Digital e nos setores do Turismo, do Ambiente e do Mar.
Reestruturação do INVEST Madeira, tornando-o uma verdadeira Agência de captação de Investimento e de Promoção dos produtos regionais nos mercados internacionais.
Valorização da Economia Social e das suas empresas como parceiro essenciais do desenvolvimento sustentável.
Criação do Gabinete de Apoio à Integração e ao Investimento dos Emigrantes.
Conseguir taxas de crescimento e de produtividade que permitam aumentos salariais superiores à inflação, nomeadamente do salário mínimo, e redução da precariedade laboral.
Transportes
Garantir que residentes só pagam 86 euros e estudantes 65 nas viagens para o Continente e 119 e 89 euros nas deslocações aos Açores.
Assegurar com a ANAM mais companhias aéreas nas ligações com Lisboa e com outros mercados europeus que reduzam os preços das viagens e cubram o défice de 30% entre o número de camas hoteleiras e a disponibilidade de lugares nos aviões.
Adaptar a pista e a gare do Porto Santo para ser verdadeiro aeroporto alternativo ao da Madeira, em caso de inoperacionalidade.
Garantir melhores preços nos fretes dos transportes marítimos de mercadorias de e para a Região.
Ligação de ferry o ano inteiro com o continente, suportada pelo Estado e pela União Europeia com subsídio de mobilidade.
Ligações marítimas em todos os dias da semana com o Porto Santo.
Licenciamento da operação portuária, com pagamento do uso do porto do Caniçal, com 2 operadores em concorrência e com garantia de redução da fatura portuária.
Ampliação do Porto do Funchal para permitir atracagem de navios de maior porte e assegurar mais cruzeiros.
Sistema integrado de transportes terrestres, com melhor qualidade, revendo as carreiras e frequências adequando-as aos horários escolares e de trabalho.
Para a semana abordarei as matérias relacionadas com os setores do Ambiente, da Educação e da Juventude.