Madeira

“Reitero em absoluto a posição da autarquia [da Ribeira Brava]” sobre a piscicultura defronte da Fajã dos Padres

Mário Jardim Fernandes, da Sociedade Agrícola da Fajã dos Padres, pede “especial cuidado para ‘não matar a galinha dos ovos de ouro’”

Foto DR
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Para Mário Jardim Fernandes, da Sociedade Agrícola da Fajã dos Padres, Lda., “a posição da Câmara Municipal da Ribeira Brava é bem esclarecedora, por isso não vou acrescentar mais nada a não ser que reitero em absoluto a posição da autarquia”, começou por responder, ao ser confrontado com a notícia manchete da edição de hoje do DIÁRIO, que dá conta da intenção de criar uma área de piscicultura, composta por 20 jaulas, no mar defronte da Fajã dos Padres.

O empresário fez contudo questão de esclarecer que “objectivamente não sou contra a actividade, agora podia não ser ali”, manifestou.

“Preferia que não fosse ali porque acho que estragam um ponto estratégico, tendo em conta a importância daquela zona”, sustentou. “Acho que em termos estratégicos talvez não seja a melhor opção” embora também reconheça que “a Madeira tem um potencial muito grande”, referindo-se à piscicultura, “que é de aproveitar”.

Apesar de não ser opositor a mais investimentos de piscicultura, discorda da localização deste projecto, por considerar estar-se perante “um problema de enquadramento. Enquanto não se esgotarem os sítios que não tenham tanta apetência turística será um erro colocar este tipo de projecto em zonas que deviam ser mais acarinhadas”, aludindo ao grande interesse turístico que envolve toda a zona entre a Fajã dos Padres e o Cabo Girão.

Manifesta também alguma estranheza este tipo de projecto “muito em cima” da Reserva Natural, tendo em conta que a área definida pelo projecto hoje vindo a público nas páginas do DIÁRIO “está mesmo ali na periferia” da área classificada.

Em suma, o engenheiro responsável pela Sociedade Agrícola da Fajã dos Padres, Lda. Reitera que “não é agradável ver aquilo ali”, embora reconheça que apostar na piscicultura “também é importante para criar riqueza. Não é só no turismo”, ressalva. “É importante criar outras fontes de riqueza e esta é uma área onde a Madeira está a marcar pontos. Sou defensor dela. Agora é preciso também ter especial cuidado para ‘não matar a galinha dos ovos de ouro’ para investir noutra coisa que também é boa”, afirma.

Mário Jardim Fernandes apela sobretudo ao “bom senso de quem de direito”, antes de concretizar: “Ainda se fosse o último dos sítios, que remédio. Agora parece-me que não é, por isso estou a favor da posição da Câmara Municipal. Não sou contra a maricultura, mas não ali e feita de qualquer maneira”, concluiu.