O abandono e os maus tratos estavam na base da criminalidade infantil.

Deram entrada no Tribunal de Menores da Madeira, em 1993, 120 crimes de menores. Entre eles, 19 agressões físicas e uma posse de arma.

Agressões físicas, furtos, roubos e posse de arma são apenas alguns dos crimes que envolveram menores madeirenses. A situação não era preocupante, segundo relatava o estudo apresentado pelo DIÁRIO em 11 de Abril de 1994, referente ao ano transacto, mas acrescentava ainda que os números estavam a aumentar.

Maus tratos a menores

A criança é o “espelho” do seu meio, o seu retrato. Reproduz o que vê. Imita, até quando comete esses actos de violência que chocam os “crescidos”.

A delegação do Ministério Público no Tribunal de Menores distinguia, na época, duas fases no fenómeno: uma que se prendia com o perfil da criança e a propensão que esta demonstrava para a prática de actos penais; outra que tinha a ver com a violência que é aplicada sobre essa mesma criança, principalmente no seio familiar.

O DIÁRIO dava conta ainda que o estudo frisava que, na Região, os maus tratos em menores eram muito mais frequentes do que a violência infantil.