Sobre a greve do pessoal não-docente

Tenho vindo a acompanhar as greves da função pública, tanto nos argumentos e revindicações e respectivos resultados das acções de protesto. Sobre os argumentos, considero legítimos; sobre as reivindicações, nos pontos essenciais aceito - direitos são direitos; sobre as acções de protesto, perderam toda a credibilidade.

Sou a favor do direito a greve: direito conquistado a grande custo em Abril. Aos salazaristas da actualidade, que experimentem os rigores da ditadura antes de chamar um Salazar a cada esquina. Agora, aos senhores professores (sem distinção de género) e senhores auxiliares de acção não docente (outra vez sem género), vão mas é passar férias no tempo certo e não à custa dos pais, maioritariamente também contribuintes e com iguais (ou piores) condições de trabalho e restrições de horário.

Façam greve! Causem disrupção e chamem atenção à vossa causa. Mas entendam de uma vez por todas: greves à QUINTA e SEXTA feira a ideia que passam é que querem fim de semana prolongado, os pais falam é da vossa malandrice invés de falar e alertar para os vossos direitos que foram suspensos. Façam numa quarta-feira, por exemplo! Causa impacto igual, mas livram-se da ideia cada vez mais justificada que o que os professores e auxiliares querem é “mole”, como se diz em bom madeirense.

Façam-se valer como deve ser, mas sem gozar connosco!