Madeira

Ricardo Pinto, um fotógrafo vencedor

Madeirense ganha prémios internacionais com frequência. Tudo à conta da paixão por captar momentos no mar e na montanha

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Ricardo Pinto

O fotógrafo profissional madeirense Ricardo Pinto venceu em Outubro passado a 9.ª edição do ‘Mirabaud Yacht Racing Image’, concurso internacional no qual participaram 109 fotógrafos, oriundos de 25 países, em Lorient.

O júri internacional distinguiu uma imagem captada durante a Volvo Ocean Race, uma das competições em que marca presença. Assume ser “um privilégio enorme poder cobrir os maiores eventos de vela no mundo e ser testemunha de momentos como aquele que ilustra a foto”.

Não é primeira vez que ganha, mesmo que o seu objectivo seja “poder partilhar estes instantes com o maior número de pessoas, dando-lhes a sensação de estar ao meu lado”. Em 2014 foi notícia no DIÁRIO por ter visto uma fotografia sua ser considerada pela revista Yachts & Yachting como a melhor de 2013.

Nascido e criado na Madeira, o assumido fotógrafo profissional de desportos de aventura, náutica, vela, regatas e fotografia de desportos radicais para clientes de publicidade, corporativos e editoriais, sempre teve uma ligação forte com o mar e montanha. Cedo começou a velejar e a alimentar o seu fascínio por todas as actividades náuticas. A fotografia apareceu com a vontade de captar momentos que iam cruzando a sua vida.

Mudou-se para Lisboa para iniciar os estudos de Engenharia Civil, tendo continuado a velejar enquanto iniciava a sua actividade como treinador.

Anos mais tarde, foi confrontado com uma oportunidade para fotografar a edição em Cascais de uma regata internacional de renome. Após esta primeira experiência profissional, foi contratado para a regata seguinte, desta vez em Inglaterra. Foi criando portfólio e uma carteira de clientes internacional em paralelo com a sua carreira de Engenharia Civil.

Ao fim de 10 anos a trabalhar numa empresa de reabilitação, e em simultâneo 2 anos de trabalhos como fotógrafo freelancer, decidiu dedicar-se a 100% à fotografia. Estando baseado em Lisboa, passa grande parte do ano a viajar em trabalho.

Orgulha-se de ter tido a oportunidade de trabalhar para a America’s Cup e Volvo Ocean Race, bem como para algumas das principais marcas e equipas do mundo náutico.

A D7 fez-lhe cinco questões e as repsotas foram publicadas no ‘Afectivamente’ na edição desta semana.

O que o levou para o mundo da fotografia?

A capacidade de uma imagem fotográfica imortalizar um momento e transmitir as sensações como se tivéssemos assistido pessoalmente é algo muito especial.

“Uma imagem vale mais que mil palavras”, creio que é a melhor descrição do poder que uma fotografia pode ter.

O que mais gosta de imortalizar?

Dada a minha ligação com o mar e montanha, tenho um especial fascínio pelas actividades desportivas desenvolvidas em ambos. Concedem-nos momentos únicos, sejam pela própria Natureza ou pelo Homem, que com trabalho e um pouco de sorte proporcionam fotografias épicas.

O que representam para si os prémios conquistados?

Os prémios são mais uma forma de reconhecimento do trabalho árduo que é necessário para atingir o sucesso e um suplemento energético para continuar a trabalhar nesse sentido.

Como avalia o tratamento ou espaço que os meios de comunicação dão às fotografias?

Compreendo que os tempos mudam, por vezes para melhor, outras não tanto. A banalização das câmaras fotográficas em muitos aparelhos eletrónicos resultou no aumento de quantidade de fotografias existentes, mas muitas vezes também na diminuição de qualidade. Não podemos esquecer a importância que a fotografia tem no mundo da comunicação. Sou apologista da frase que a “melhor câmara é que tens contigo” e sem dúvida, que a fotografia deve ser acessível a todos.

Qual é a fotografia que melhor define aquilo que a Madeira é?

Eu sempre descrevo a Madeira como um lugar especial onde tudo acontece e tudo é possível. Temos o mar, a montanha, a tranquilidade, os desportos radicais, o sol, a chuva, a neve... Ainda não consegui uma imagem que juntasse todas estas sensações e demonstrasse a verdadeira pérola do Atlântico.