Madeira

Bagão Félix lamenta que a sociedade portuguesa perca tempo a discutir “minudências”

Ex-ministo e professor da Universidade Católica que é um dos intervenientes na conferência ‘Os Madeirenses no Futuro’, que decorre no Centro de Congressos, numa iniciativa da Secretaria da Educação e do DIÁRIO

Foto Rui Silva/ASPRESS
Foto Rui Silva/ASPRESS

“É importante que possamos olhar para as questões e situações que a prazo teremos em contam de uma forma consistente”, afirma Bagão Félix, ex-ministo e professor da Universidade Católica que é um dos intervenientes na conferência ‘Os Madeirenses no Futuro’.

Antes de fazer a intervenção sobre ‘Que qualidade de vida para uma população idosa em crescimento?’, comentou a atitude da sociedade perante problemas profundos como a demografia ou envelhecimento.

“A sociedade portuguesa perde muito tempo a falar de minudências. Os problemas de 2060, de 2080, estão quase para amanhã. Se não tomamos consciência de que há acções que temos de desenvolver estamos a fazer a pior das opções que é renunciar à ideia de gerir o futuro e nos preocuparmos apenas com o presente”, sublinha.

Bagão Félix lamenta que a sociedade se demita de discutir o que é realmente importante.

“Preocupamo-nos com o futebol, com o crime, com pequenas minudências que são descartáveis e andamos nisto. Neste Orçamento de Estado para 2019, por exemplo, não se discutiu nada do sistema fiscal, a única coisa que verdadeiramente se discutia foi a taxa de IVA nas touradas”.

A responsabilidade é de todos, não apenas dos políticos ou da comunicação social.

“A comunicação social somos nós todos, porque vai ao encontro daquilo que o consumidor quer e às vezes parece que os portugueses querem coisas que os distraiam, mas não querem falar dos problemas graves”, justifica.

A demografia, a produtividade, o investimento a falta de poupança, a questão ambiental, são exemplos de assuntos que exigiam medidas de longo prazo.

“O político olha para os dias seguintes, o estadista olha para as gerações seguintes. Em Portugal não temos estadistas, ou raramente temos”, conclui.