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Presidente da Portugal Space quer que espaço contribua para “bem-estar dos portugueses”

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A presidente da agência espacial portuguesa Portugal Space, Chiara Manfletti, que assumirá funções na segunda-feira, pretende que o espaço contribua para o “bem-estar dos portugueses” e o “crescimento económico do país”.

Esta é uma das prioridades que Chiara Manfletti, hoje nomeada presidente da Portugal Space, definiu em declarações à agência Lusa, assinalando que Portugal “é um país muito ativo e dinâmico, com muitas atividades espaciais em desenvolvimento”.

A presidente da agência espacial portuguesa, que começará “algumas das funções” na segunda-feira, quer também “construir pontes com países em todo o mundo”.

“O espaço é uma parte fundamental da nossa vida diária e pode contribuir ainda mais para o bem-estar da sociedade e o crescimento económico”, afirmou, sublinhando o seu papel em “desafios globais” como as alterações climáticas, as migrações ou a pobreza.

Segundo a engenheira aeronáutica ítalo-alemã, e até agora consultora do diretor-geral da Agência Espacial Europeia (ESA), os “avanços tecnológicos espaciais contribuem para o avanço da sociedade”.

Chiara Manfletti deu como exemplo a “riqueza de dados adquirida diariamente através de satélites em órbita” que pode ser explorada para “fornecer serviços” de que se necessita atualmente e outros “que ainda nem se imagina”.

A presidente da Portugal Space foi hoje nomeada na primeira Assembleia-Geral da agência, em Lisboa, com a presença de representantes dos quatro associados fundadores - Fundação para a Ciência e Tecnologia, Agência Nacional de Inovação, Direção-Geral de Recursos de Defesa Nacional e Região Autónoma dos Açores, através da Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais.

Chiara Manfletti é a terceira mulher a liderar uma agência espacial, depois de Megan Clark (nomeada em 2018 na Austrália e Pascale Ehrenfreund, que foi presidente da congénere alemã entre 2015 e 2017), realça o Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior numa nota à imprensa.

O engenheiro eletrotécnico português Luís Santos, que coordenava a Estrutura de Missão dos Açores para o Espaço, foi hoje nomeado vice-presidente da Portugal Space.

A agência espacial portuguesa, que o ministro da Ciência, Manuel Heitor, prometeu estar a funcionar este mês, foi aprovada pelo Governo há duas semanas e formalmente constituída na segunda-feira nos Açores, onde ficará a sede.

A Portugal Space terá a sua sede na ilha açoriana de Santa Maria, onde será construída uma base de lançamento de microssatélites, e um polo em Lisboa, no Palácio das Laranjeiras, onde fica o Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior.

Em declarações em dezembro à Lusa, o ministro da Ciência, Manuel Heitor, disse que uma das missões da Portugal Space será promover “novas atividades e negócios” no setor espacial, em particular na observação da Terra com pequenos satélites, e “facilitar uma maior participação de Portugal nos programas europeus”, da ESA e da União Europeia.

Manuel Heitor espera que a agência espacial potencie a meta nacional de, em 2030, haver mil novos empregos no setor e um investimento das empresas de 400 milhões de euros. Atualmente, a faturação das empresas portuguesas do setor aeroespacial ronda os 40 milhões de euros anuais.

Na ilha de Santa Maria será construído o já anunciado porto espacial para lançamento de microssatélites, uma iniciativa que partiu do Governo.

Espera-se que, de acordo com o calendário fixado, os primeiros lançamentos de pequenos satélites se iniciem na primavera ou no verão de 2021, depois de assinado o contrato para a construção e operacionalização da base com os consórcios ‘vencedores’.

A agência espacial portuguesa, que terá a incumbência de coordenar, em articulação com o Governo Regional dos Açores, o programa de lançamento de pequenos satélites, é um dos pilares da estratégia nacional para o setor do espaço - “Portugal Espaço 2030”.