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Espanha reduz verba para ajuda humanitária em 2019 para a Venezuela

Foto Reuters
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A Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) estima que vai reduzir para 650 mil euros a ajuda humanitária para a Venezuela em 2019, uma “previsão inicial” que pode ser melhorada em caso de emergência.

O gabinete de Ação Humanitária da AECID prevê conceder 300 mil euros ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para o apoio aos migrantes venezuelanos na fronteira com a Colômbia e 350 mil euros ao Comité Internacional da Cruz Vermelha, que é responsável por prestar ajuda à população no país.

A AEICED informou, em comunicado, que a dotação é inferior a anos anteriores (1,1 milhões de euros em 2017 e 3,1 milhões de euros em 2018), explicando que esta é uma previsão inicial que pode adaptar-se às necessidades.

O documento frisa ainda que existem mecanismos de atuação de emergência para combater um agravamento das condições humanitárias e lembra que dois projetos financiados em 2018 para ajudar imigrantes venezuelanos, no valor de um milhão de euros, estão apenas a começar a ser implementados.

A AECID sublinhou que desde a chegada de Nicolás Maduro à presidência da Venezuela o país vive “a maior crise” humana e migratória em décadas.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Portugal e outros 18 países da União Europeia assinaram na segunda-feira uma declaração conjunta de reconhecimento a Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, como “Presidente interino da Venezuela” com o objetivo de convocar “eleições presidenciais livres, justas e democráticas”.

Outros países fizeram esse reconhecimento individualmente, à falta de uma declaração comum da União Europeia.

A Itália recusou, segundo fontes diplomáticas, dar o seu aval ao esboço de um texto comum e a Grécia também expressou reservas.

Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.