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Banco Mundial quer alteração urgente de sistemas socioeconómicos africanos

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O presidente do Banco Mundial defendeu ontem, em Washington, “muita urgência” em corrigir as leis e os sistemas de vários países de África, para que mais pessoas possam participar no desenvolvimento económico africano, nomeadamente mulheres.

Um país que “tem meninas que podem ser educadas e mulheres que podem participar na economia, tem uma chance muito maior de ter uma taxa de crescimento sustentável”, disse David Malpass, mas lamentou que “ainda não estamos nesse ponto”.

O responsável comentou que um dos maiores desafios em África é o aumento da população e a falta de oferta de emprego, considerando que a resolução está em garantir a igualdade de género.

David Malpass falava em Washington, nos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, dizendo que África tem de olhar para a “urgência” de alterar leis e sistemas que impedem as mulheres de participar na economia, mostrando-se satisfeito com os desenvolvimentos em alguns países.

O Banco Mundial, segundo o seu presidente, está a trabalhar com os países para garantir a “melhoria da estrutura” socioeconómica e apela para a inclusão das mulheres no mercado de trabalho, para promover a igualdade de género.

O presidente da instituição apontou que a relação entre países africanos está a mostrar-se muito “ativa” em direção à paz, mas também notou estar ciente de “muita resistência” para as reformas que o Banco Mundial pede.

Por outro lado, David Malpass afirmou, com atenção especial para as economias emergentes e países em desenvolvimento, que é preciso tornar a transparência um “princípio geral” do sistema financeiro, para se encontrarem projetos lucrativos e bem-sucedidos que ajudem o crescimento.

O responsável afirmou que os países em desenvolvimento precisam de acumular dívida para ir ao encontro das metas dos planos de investimentos nacionais, mas que a transparência nas relações de dívida tem de ser a base.

O presidente do Banco Mundial criticou as decisões de alguns governos de aceitarem investimentos ou contraírem dívidas sob acordos de sigilo ou de não-divulgação.

O sistema financeiro tem avançado muito rapidamente, com a criação de novos instrumentos que ainda não estão a ser bem aplicados ou não dão os resultados esperados em alguns países, referiu.

A mensagem “muito simples” do Banco Mundial desta semana de Encontros Mundiais é que “as escolhas de hoje importam” e que “são necessárias reformas estruturais bem projetadas para desbloquear o crescimento e construir as bases para a prosperidade futura”.

Segundo David Malpass, o Banco Mundial investe em “ajudar os países a obter acesso a eletricidade e água potável, garantir a inclusão total de meninas e mulheres, enfrentar as mudanças climáticas e proteger o meio ambiente, melhorar a saúde e a nutrição e reforçar a infraestrutura”.