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Todos os dias são dos trabalhadores

Na CMF, fizemos sempre a nossa parte, e é por isso que, hoje, temas abertas ou em vias de abrir 117 vagas para os quadros da Câmara

Assinalou-se, esta semana, um pouco por todo o mundo, o Dia do Trabalhador, pelo que esta é uma boa semana para falar do verdadeiro significado do trabalho para todos nós, para a nossa família e para a nossa cidade, e para tudo aquilo que se pode alcançar, ou não, através do trabalho. É justo lembrar, desde logo, que o Dia do Trabalhador é um dia marcante, não só para quem trabalha, mas também para todos aqueles que estão desempregados. Porque o emprego é uma questão de dignidade da pessoa humana, porque não ter trabalho é o pior que pode acontecer a alguém que se quer sentir válido perante a sociedade.

Acredito, aliás, que dá ainda mais valor ao trabalho quem já esteve desempregado, quem já enfrentou cara-a-cara situações críticas e já esteve, por isso, dos dois lados da barricada. Eu já estive. Não a título pessoal, mas quando o meu pai infelizmente caiu numa situação de desemprego, fazendo com que todos nós lá em casa, caíssemos com ele na incerteza e na angústia. Vivi, por isso, de perto o que era o drama de querer trabalhar e não conseguir.

Em Portugal, ao longo da última década, muita gente quis trabalhar e não conseguiu. O governo PSD/CDS assegurou-se disso, com medidas historicamente hostis às famílias e aos trabalhadores, que dispararam o desemprego e levaram à miséria portugueses de toda a parte. A Administração Pública viveu uma autêntica sangria nos quadros, nos salários e nos benefícios, com consequências perversas que chegaram bem vivas até aos dias de hoje. Enquanto sindicalista, bem lutei contra esta situação. Foram anos de duríssimas restrições orçamentais, e dos cortes de pessoal impostos pelo Orçamento de Estado, que mantiveram as contratações paradas, agravando necessidades de quadro, a par e passo do envelhecimento dos colaboradores e das aposentações que tiveram lugar.

Na vida, como na política, há quem arranje desculpas e quem arranje soluções. Na Câmara Municipal do Funchal, não acreditamos em desculpas e é por isso que, mesmo sem qualquer apoio governamental ou outro, avançámos, em 2015, para a criação de um Programa Municipal de Formação e Ocupação em Contexto de Trabalho que, desde 2015, abrangeu mais de 350 pessoas, num investimento de 2,5 milhões de euros. Não existem soluções perfeitas, existem soluções possíveis e, enquanto não era possível fazer contratações, garantimos rendimento e garantimos formação a funchalenses de quase quatro centenas de famílias que, até esse momento, não tinham rendimento nenhum.

Não foi uma solução perfeita, foi um penso rápido antes da cura, mas na Câmara Municipal do Funchal não se vira a cara à cura até lá chegar. Na CMF, fizemos sempre a nossa parte, e é por isso que, hoje, temas abertas ou em vias de abrir 117 vagas para os quadros da Câmara, completando, finalmente, a nossa volta por cima. A estes concursos, poderão concorrer todos os interessados, tenham ou não vínculo à Função Pública e, em 2018, entre novas contratações, descongelamento de carreiras e mobilidade, o Funchal vai investir quase dois milhões de euros em Recursos Humanos.

Esta é uma barreira cuja ultrapassagem não tem preço e é, sobretudo, um sinal encorajador e de confiança para a cidade e para o futuro. Há muita gente à procura de trabalho e nós precisamos desse trabalho, tanto operacional, como qualificado, de forma a podermos responder à altura aos desafios que se colocam hoje em dia à ação de uma Autarquia, e que são substancialmente diferentes daqueles que eram os desafios de há 10 anos atrás.

Mas a nossa ação não se ficou pelos assuntos internos. Foi uma ação de dentro para fora, que contagiou necessariamente o nosso meio envolvente e a nossa economia local, com um leque vastíssimo de medidas no sentido de restituir rendimentos às famílias e às empresas, estimulando a reabilitação urbana, o comércio e serviços, a cultura e o turismo. Hoje, é com orgulho que podemos dizer que não é só a Autarquia que se levantou. É toda a cidade. E se a Madeira está a crescer, é também porque o Funchal esteve à altura deste momento da História e fez a sua parte. Porque não haveria mudança e crescimento na Madeira, se não houvesse mudança e crescimento no Funchal. Porque um é a consequência do outro. Porque o Funchal, como catalisador evidente do que é a reação da ilha, tinha de fazer a diferença.

Hoje, cinco anos passados, podemos dizer, com orgulho, que fizemos. E que o ciclo que está para chegar, é resultado do trabalho de quem o projetou, mas as oportunidades que estão para chegar, serão merecidas pelo trabalho de quem as vai aproveitar.