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A todos os finalistas os meus Parabéns!

Fez, no 30 de Novembro, 5 anos que enquanto Presidente da Comissão de Finalistas da Escola Secundária Jaime Moniz desfilei acompanhado da madrinha dos finalistas de então, Filipa Jardim Fernandes, entre a Escola Secundária que frequentava e a Sé do Funchal.

Recordo esse dia chuvoso, com particular saudade. “ As capas” iniciaram-se no final do século XIX tendo-se espalhado à maioria das escolas secundárias da Região ao longo do século XX. Esta cerimónia, que culmina com o baile de finalistas, tinha/ tem como objectivo primordial celebrar o fim de uma etapa, o Ensino Secundário. Poucos eram aqueles que seguiam para o Ensino Universitário. Bem me lembro do meu pai me dizer que no seu ano de finalistas teriam feito as capas cerca de 50/60 alunos, pois muitos eram obrigados a desistir ao longo do percurso quer pela impossibilidade de seguir os estudos superiores ou pela necessidade de, muito jovens, irem trabalhar para o sustento das suas famílias.

A minha realidade enquanto finalista foi muito diferente. Não eramos 50/60, eramos sensivelmente 650 finalistas.

Escusado será dizer que esta multiplicação se deveu ao trabalho do Povo Madeirense que com a melhoria das condições de vida, pôde proporcionar aos seus filhos aquilo que muitos não tiveram. E falo da bravura do Povo Madeirense uma vez que a obrigatoriedade dos “ 12 anos em ambiente escolar” ser uma medida com 7 ou 8 anos. Muitos madeirenses sonharam com um futuro melhor e conseguiram-no. É evidente que a liderança política foi fundamental, mas nada ter-se-ia alterado se os madeirenses, mais novos ou mais velhos, não se tivessem aplicado.

Hoje são muito mais, em termos absolutos e relativos, os jovens que estudam e seguem para as universidades. Porque em cada freguesia se fez uma escola básica, em cada concelho uma secundária. E, no âmbito da Educação, conseguiu-se definir uma política de mobilidade terrestre que permitiu que todos os jovens pudessem seguir os agrupamentos que pretendiam sem que o passe escolar fosse dos maiores problemas. Isto no Ensino Secundário.

No entanto, com o passar dos tempos, os problemas que se sentiam nos escalões de Ensino Básico e Secundário fizeram sentir-se no Ensino Superior. Há muito pouco tempo um Estudante Universitário Madeirense poderia ter um valor de passe social a ascender os 100 euros mensais. Até que o Governo Regional pôs em prática, na Região às custas do orçamento regional, o passe sub-23.Essa medida melhorou, de forma inquestionável, o orçamento dessas famílias. E os jovens que tem 24 anos e vivem no Norte da Ilha? E aqueles que começaram a trabalhar há pouco? O Governo Regional aplicará a partir de 2019 o Passe Social Único nos valores de 30 e 40 euros para dentro e fora do Funchal respectivamente com a nuance de até aos 12 anos os jovens madeirenses estão isentos de pagar passes.

Contudo também há estudantes madeirenses no Ensino Superior no Continente. Muitos que não tendo os seus cursos, na Região- como eu não tinha- têm que sair. Têm de enfrentar passagens aéreas a valores pornográficos, rendas absurdas para além do valor dos transportes terrestres nas respectivas cidades. O que é que o Governo PS e o Orçamento de Estado de 2019 prevê para estes jovens para além da redução das propinas? Z-E-R-O!

E o que fez o Governo Regional? Para além dos passes já mencionados, garantiu novamente os passes sub-23 e criou um sistema para que as famílias não estejam separadas no Natal e, quando possível, só tenham que pagar os 65 euros da passagem aérea.

É certo que ainda é necessário arranjar uma solução efectiva para muitos jovens madeirenses que têm de encontrar um alojamento lá fora. Que, como a JSD defende, mesmo com a implementação de um Passe social Único deverá existir um preço diferente entre aquele que estuda no ensino obrigatório, no ensino superior ou aqueles que já trabalham.

De qualquer forma a evolução política só se deu porque muitos ousaram aculturar-se, perder as amarras e ter uma visão futurista tal como os nossos jovens finalistas têm no dia em que celebram o seu percurso e apontam as armas ao futuro. A Educação é o maior investimento público que se pode fazer.

A todos os que já fizeram e vão fazer as suas capas, os meus parabéns.