Turismo

Golfe é produto que combate a sazonalidade do Inverno

José Matias, administrador do Grupo Pestana para o Golfe, marca que gere seis campos em Portugal, deixa alerta ao governo: a taxa de IVA no golfe deve descer para os 6%, à semelhança do que se faz no alojamento em unidades hoteleiras.

Em entrevista ao DIÁRIO enaltece a qualidade dos campos e mostra o contributo Pestana para o sector. Só no Algarve, o total das voltas em 2014 nos campos Pestana foi 210.342 voltas de 18 buracos. De 1 Janeiro a 29 de Junho de 2015 o total foi 134.091 voltas.

Que tem feito o grupo Pestana pelo golfe em Portugal e qual é neste momento a dimensão do negócio?

Contendo neste momento 6 campos de golfe (1 em Sintra e 5 no Algarve), o Grupo Pestana tem apostado fortemente na promoção do mercado de golfe para a época de Inverno que por sua vez combate o factor da sazonalidade! Este investimento além de ser feito principalmente no mercado do Reino Unido, tem sido ultimamente alargado ao mercado escandinavo, que devido às “estadias longas” por parte destes golfistas na nossa região, começa a ser considerado um produto emergente com um grande impacto em termos de voltas de golfe e que por sua vez se traduzem no aumento da receita!

Quem procura mais os vossos campos e quais as razões de escolha?

O mercado proveniente do Reino Unido é sem dúvida o principal, isto devido a vários factores que passo a enumerar:-1. º  a qualidade dos nossos campos;- 2.º o facto de termos dos melhores climas do Mundo para a prática desta modalidade;-3.º A facilidade dos voos diários durante todo o ano e directamente para os aeroportos de Faro ou Lisboa;- 4.º o valor da moeda que continua acessível e realista contemplando o factor “relação /qualidade/preço”

Que futuro  perspectiva para o sector?

Este sector necessita sem dúvida de mais apoio por parte das entidades competentes no que se refere ao aumento de voos directos para (Faro) durante o Inverno, provenientes de mercados como a Escandinávia, com um elevado poder de compra e que tem por hábito ficar hospedado em estadias longas compreendidas entre 14 e 28 noites, que além de contribuírem fortemente no aumento do numero de voltas, influencia automaticamente o número de noites e todo o ciclo económico inerente às actividades envolventes em causa, até o próprio consumo do comércio local; Na minha opinião, uma das principais lacunas deste sector, é sem dúvida o facto do IVA dos ‘green fees’ ser taxado a 23% que quando acumulado com as despesas de manutenção, mão-de-obra e investimento, faz com que as empresas proprietárias dos campos de golfe tenham algumas dificuldades financeiras.É urgente que o nosso Governo perceba que o golfe é um produto que combate a sazonalidade do Inverno e que quanto mais golfistas recebermos, maior é a possibilidade das unidades hoteleiras poderem manter-se abertas durante todo o ano.  É urgente alterar esta taxa para os 6% à semelhança do que se faz no alojamento em unidades hoteleiras! O “golfe” na realidade acaba por ser como um produto de exportação duma determinada indústria que se vende aos mercados estrangeiros, já que o consumo por parte dos nacionais/portugueses é mínimo.