A Região deve aproveitar os recursos naturais para criar indústrias que funcionem em paralelo com o Turismo. A conclusão decorre do "Wellness como macro tendência global", tema moderado pela administradora do CEIM,  Patrícia Dantas Caires, e que teve como abordagens “O exemplo da Costa Rica”, “Um modelo comparativo” e “As características diferenciadoras da Madeira”.

Um painel que apela ao regresso às origens, como se pode cosntatar pelas conclusões e recomendações a que o DIÁRIO teve acesso e que foram hoje partilhadas  pela Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Economistas.

Conclusões

- Costa Rica apresenta-se relevando as suas características para ser um destino turístico de sucesso mas valorizando o facto de não ter uma monocultura, antes actuando noutras áreas da economia, com igual sucesso, muito centradas na exportação. Com uma organização similar à da Madeira no que toca a aspectos relacionados com o produto, a estratégia ou a promoção, distingue-se pela capacidade de, atempadamente e com um envolvimento alargado do sector, ter apostado com clareza num segmento de mercado – o Wellness – aproveitando as características intrínsecas do destino e procurando uma forma diferente de criação de mais valor;

- O sector do Wellness vale, já hoje, cerca de 3,4 triliões de dólares pelo que deve ter relevância, dentro do produto natureza, atendendo àquelas que são as características naturais do nosso destino turístico. Tendo presente o crescente envelhecimento da população mundial, o fenómeno da urbanização e se a Madeira mostrar capacidade de continuar a ser autêntica, real, verdadeira, então vale a pena considerar este grande nicho de mercado;

- Um destino Wellness apresenta preços médios mais elevados, menores condicionalismos em termos de sazonalidade e consegue potenciar mais elevados índices de empregabilidade, para pessoas com formação mais elevada. Melhora igualmente o nível de vida dos habitantes dessas regiões, motivados que são a trabalhar áreas de valor acrescentado como a agricultura biológica ou o “emprego verde”;

- A Madeira iniciou o seu percurso enquanto destino turístico ligada à saúde, aproveitando e transmitindo, por moto próprio mas (já na altura), sobretudo por via de terceiros, as condições naturais que possui para assim se promover. Apostar no Wellness seria uma forma de regressar ao básico, ao início do percurso.

Recomendações

- Temos de actuar rapidamente enquanto destino, em termos de posicionamento, assumindo claramente aquilo que queremos ser e deixando de lado o que não faz sentido, o que não cria valor, o que não nos distingue;

- Tendo presente o estado actual de algumas infraestruturas, sobretudo hoteleiras, aproveitar o quadro comunitário para investir no produto, tendo presente as tendências que derivam desta macro indústria que é o Wellness;

- Podemos aproveitar as condições intrínsecas, os recursos com denominação de origem que a Natureza nos deu, para criar indústrias que funcionem em paralelo com o Turismo, com aproveitamento de mão-de-obra mais qualificada, para fabrico de produtos de saúde, Wellness e bem-estar.