O número de viagens de residentes em Portugal caiu 5,7% no terceiro trimestre de 2014, para 6 milhões, mas a duração das mesmas, de quatro ou mais noites, aumentou 2,1%, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o gabinete estatístico, o principal contributo para a queda de 5,7% das deslocações no terceiro trimestre resultou do recuo de 13,2% verificado na "visita a familiares ou amigos", cujas viagens atingiram os 1,9 milhões.

A mesma tendência verificou-se no "lazer, recreio ou férias", o motivo mais frequente para viajar, que apesar de representar 59,4% das deslocações, caiu 3,5% (3,6 milhões), ao contrário das deslocações "profissionais ou de negócios" que aumentaram 6,6% (280 mil).

As 518 mil viagens para o estrangeiro realizadas pelos residentes subiram 1,4%, ao contrário das viagens domésticas que recuaram 6,3%, somando 5,5 milhões.

Em associação ao aumento de viagens para o estrangeiro, o recurso ao avião como meio principal de transporte aumentou 17,2% e foi a opção em 408,8 mil deslocações turísticas, tendo o automóvel permanecido como o meio de transporte preferencial, sendo utilizado em 84,3% das deslocações, apesar da diminuição de 7,1% no número de viagens neste meio de transporte.

O número de deslocações de longa duração (quatro ou mais noites) aumentou 2,1%, enquanto as de menor duração (até três noites) desceram 12,5%.

"Destas variações resultou que, contrariamente a 2013, o número de deslocações de longa duração (50,5% do total) superou as de menor duração, tal como se verificou neste trimestre entre 2009 e 2011", lê-se na informação do INE.

No terceiro trimestre, período que abrange a época estival e de maior propensão para viagens, 30,1% dos residentes no país efetuaram deslocações turísticas (face a 28,9% no trimestre homólogo), mais 1,5 pontos percentuais do que no trimestre anterior.

Em agosto viajaram 21,2% dos residentes, "o valor mensal mais elevado do ano e próximo do registado no mesmo mês de 2013 (21,3%)", segundo o INE, que sublinha ainda que julho "registou uma proporção de turistas na população também assinalável", de 14,3%, "a segunda mais elevada desde o início do ano".

Em setembro viajaram apenas 9,1% dos residentes.

Considerando o período acumulado dos nove primeiros meses, verificou-se um decréscimo (marginal) de 0,3% no número de viagens turísticas.

No terceiro trimestre, as dormidas em "hotéis e similares" registaram um aumento de 3,7 pontos percentuais, representando 17,5% do total (em Portugal e no estrangeiro), mas verificou-se uma queda de 5,1 pontos percentuais no peso das dormidas em alojamentos gratuitos (65,7% do total).