Turismo

Grupos portugueses de turismo esperam compensar quebra nas receitas com alemães e ingleses

Os grupos hoteleiros, Pestana e Tivoli, acreditam que os mercados inglês e alemão serão os principais 'motores' da substituição das quebras registadas com o mercado ibérico no turismo português.

No último dia da Feira Internacional de Turismo de Berlim, os responsáveis pelos grupos Pestana e Tivoli, presentes no evento, afirmaram à Lusa que os turistas ingleses e alemães têm amenizado as quebras de facturação registadas com a diminuição da procura de turistas de Portugal e Espanha.

"Os mercados inglês e alemão é que têm compensado as quebras registadas no mercado ibérico", disse à Lusa o director geral do grupo Pestana, Pedro Fernandez salientando que o mercado alemão é o terceiro mais importante para Portugal neste momento.

Já o director comercial e de 'marketing' do grupo Tivoli, Filipe Santiago, diz que a substituição das quebras registadas no mercado interno deve ser feita através da captação de novos mercados, mas também através da manutenção da actividade em mercados onde "a marca Portugal está mais sedimentada, como o alemão".

"O mercado alemão é tão importante para os hotéis no Algarve como para os de Lisboa ou outras regiões do país e por isso a presença na feira de Berlim é muito importante", afirmou o responsável do Tivoli à Lusa.

Ambos os responsáveis sublinharam também que o aumento da afluência de turistas oriundos de alguns países europeus é também uma consequência da instabilidade política e social vivida em alguns destinos do norte de África.

"A instabilidade vivida no Magreb e no norte de África tem sido muito boa para o turismo português, mas é importante pensar numa estratégia, principalmente para o mercado europeu, quando o Egipto e outros países daquela região voltarem à normalidade", afirmou Pedro Fernandez.

Por seu turno, Filipe Santiago acredita que os operadores portugueses estão a "aproveitar muito bem a instabilidade em alguns mercados vizinhos" e que quando a "situação regressar à normalidade nesses países, Portugal já teve tempo para reforçar em mercados como por exemplo o francês ou o alemão".

Relativamente ao que motiva os turistas alemães a procurarem Portugal como destino turístico, Pedro Fernandez descarta a ideia que Portugal "é só golfe".

"O golfe é apenas uma das partes. Os alemães procuram também cultura, história, gastronomia, ou seja um destino de excelência", referiu o responsável do grupo Pestana.

A Feira Internacional de Turismo da capital alemã, que teve início no passado dia 6 e termina hoje, contou nesta edição com a presença de 55 expositores portugueses, estando representadas sete regiões do país e empresas das áreas da hotelaria, companhias aéreas, agências de recetivo, entre outras.

Segundo a organização, o certame contou com a participação de cerca de 10 mil empresas da área do turismo oriundas de 188 países e deverá ter sido visitada por mais de 170 mil pessoas.