A Confederação do Turismo Português (CTP) classificou como "demasiado ambiciosas" as metas traçadas pelo Governo no âmbito  do Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT), cuja discussão pública  encerrou no final de Janeiro.

"Com a incerteza ainda pairando sobre o clima económico europeu, consideramos  excessivamente ambiciosas as metas constantes do documento que procede à  revisão, se, apesar da aposta também em alguns mercados emergentes, tivermos  em conta que 85% das dormidas de estrangeiros em Portugal são provenientes  de países europeus", afirmou, em comunicado, o presidente da CTP, Francisco  Calheiros.   De acordo com o documento proposto para os anos entre 2013 e 2015, "ao  nível das dormidas, o objetivo é crescer a uma média anual de 3,1% no período  2011-2015, inferior ao aumento médio registado nos dois últimos anos, mas  superior ao crescimento perspetivado pela tendência (1,3%), sendo a procura  externa o principal motor do crescimento".   Ainda assim, a CTP saúda o resultado alcançado, "sem que naturalmente  possa estar 100% de acordo com tudo o que nele está previsto", lamentando,  porém, que não tenha sido "considerada nem incluída qualquer referência  à programação financeira 2014-2020".   "É ainda de lamentar a inexistência de novos produtos estratégicos e  o facto de produtos como o Turismo Religioso, Turismo Desportivo e outros  não terem ainda ganho o estatuto de estratégicos", acrescentou a confederação.  A CTP sublinhou que os objetivos da proposta inicial "viriam a ficar  desajustados da realidade, não só por terem sido demasiado ambiciosos, como  por terem sofrido os desvios naturalmente decorrentes da significativa descida  da procura", com as receitas turísticas a ficarem 21,5% abaixo do previsto  e o número de hóspedes estrangeiros 13% abaixo do esperado.