Turismo

Empresas negociaram soluções para contornar greve da hotelaria na Madeira

O presidente do Sindicato da Hotelaria da Madeira afirmou que é "difícil apurar os números da greve" convocada para hoje em que exigem o pagamento do trabalho extraordinário, porque várias empresas negociaram soluções diretamente com os trabalhadores.

"Os trabalhadores vão ser os juízes na decisão de fazerem ou não greve hoje", declarou Adolfo Brazão à agência Lusa, salientando que várias empresas do setor "negociaram soluções para compensar os trabalhadores neste dia".

"Por exemplo, sabemos que umas empresas assumiram pagar as horas a 150 por cento, outras vão compensar com o dobro das horas de trabalho efetuado em descanso e ainda há casos em que acordaram pagar a 50 por cento mais um dia de descanso", enumerou o sindicalista.

Adolfo Freitas realçou que os moldes são os mesmos dos verificados na paralisação convocada a 25 e 26 de dezembro, destacando que "houve trabalhadores que não foram abrangidos por este tipo de situações, não receberam nada, pelo que em várias unidades existiram grupos que fizeram greve, embora não haja números, e estão dispostos a fazer o mesmo hoje e na quarta-feira".

O dirigente sindical salientou que "a greve hoje convocada não é por ser fim de ano, mas pelo pagamento do trabalho extraordinário e a amanhã [quarta-feira] pelo pagamento em dia feriado".

"É lamentável que num ano de excelência, de acordo com os hoteleiros, um dos melhores dos últimos tempos, as empresas não tenham a preocupação de valorizar o esforço dos seus trabalhadores, facultando serviços de qualidade, mas fazendo pagamento ‘low-cost' [baixo custo] aos que trabalham", argumentou.

De acordo com os dados da Secretaria Regional da Cultura, Turismo e Transportes, a ocupação hoteleira no fim de ano, naquele que é considerado o maior cartaz turístico da Madeira, é de 86 por cento, existindo unidades que estão a 100 por cento.

A mesa da hotelaria da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) também fala de valores entre os 80 e os 90 por cento sobretudo nas unidades na zona sul da ilha.