Turismo

'Biovilla' aposta no turismo de natureza e na produção biológica

"A sustentabilidade à mão de semear" é o lema do 'biovilla', um projeto de desenvolvimento sustentável que aposta no turismo de natureza, produção e distribuição de alimentos biológicos e acções de formação na área da sustentabilidade, em Palmela.

A promoção do desenvolvimento social, económico e ambiental é o principal objetivo do 'biovilla', projeto que está a ser desenvolvido na herdade Casal do Pinhal Basto, no Parque Natural da Arrábida, em Palmela.

Trata-se de um projeto de empreendedorismo social e desenvolvimento económico, temática a que o Presidente da República, Cavaco Silva, vai dedicar particular atenção durante a visita desta quinta-feira à cidade do Porto onde visitará vários projetos nesta área.

"O 'biovilla' privilegia a construção em madeira, o aproveitamento de materiais reciclados, e a utilização de técnicas de arquitetura bioclimática, tais como telhados verdes, orientação solar apropriada, bem como a certificação energética de `classe A´", disse à Lusa Filipe Alves, um dos dez elementos da cooperativa que dirige este projeto ambientalmente sustentável.

Segundo Filipe Alves, o 'biovilla', que terá uma capacidade de alojamento para 44 pessoas, prevê também uma aposta na produção agrícola biológica, pelo que foi necessário garantir a colaboração de vários especialistas do

setor, designadamente do britânico Rakesh Rootsman Rak, um dos mais conhecidos na área da permacultura.

A permacultura é um modelo que conjuga técnicas de agricultura tradicionais com as mais modernas e que tem em conta o funcionamento natural dos ecossistemas, contribuindo para que os projetos sejam socialmente justos, mas também viáveis em termos financeiros.

Aida Soares, também cooperante do `biovilla´, salienta que o projeto abrange uma área global de 55 hectares numa zona com excelentes características para o turismo de natureza, mas esclarece que só pretendem intervir em cerca de 18 hectares e sempre de acordo com as regras do Parque Natural da Arrábida.

A ideia de avançar com um projeto deste género nasceu em 2007, quando Filipe Alves e Bárbara Leão, que também integra a cooperativa, se interessaram pelo trabalho de uma multinacional norte-americana para garantir a sustentabilidade do negócio de uma marca de gelados.

Em julho de 2008, Bárbara Leão e Filipe Alves partiram para uma volta pelo mundo à procura das melhores práticas de sustentabilidade, que lhes permitiu idealizar o `biovilla´ a partir de um projeto semelhante, uma `ecovilla´ na Índia.

O `biovilla´ prevê a construção de um total de quatro edifícios, mas só dois estão já em fase de acabamento. Os outros dois edifícios, com projeto já concluído, terão ainda de ser submetidos à aprovação do Parque Natural da Arrábida e da Câmara Municipal de Palmela.

O `biovilla´ representa um investimento global de um milhão de euros, mas os cooperantes acreditam que, contabilizando as mais valias do património criado, podem recuperar o investimento realizado já no próximo ano de 2014.