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PAN adverte para impactos da produção intensiva do olival na planície alentejana

Foto Global Imagens
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O deputado do PAN, André Silva, advertiu ontem no parlamento para as consequências ambientais da cultura “intensiva do olival” nas planícies alentejanas, afirmando que estão transformadas em “campos assépticos”, sem aranhas, minhocas ou caracóis.

“A planície alentejana, dantes rica em fauna e flora, está a dar lugar à voracidade do verde industrial dos olivais superintensivos. Nestes campos assépticos já não conseguimos ver aranhas, minhocas ou caracóis; já não ouvimos rouxinóis nem pintassilgos; já não cheiramos flores; já não há colmeias”, lamentou André Silva.

Intervindo no debate quinzenal no parlamento, o deputado único do Pessoas -- Animais -- Natureza (PAN) disse que aquelas são as consequências de um modelo de produção que apresenta “pressões ambientais enormes”, como a “erosão dos solos, a destruição de linhas de água e a eliminação de corredores ecológicos”.

As culturas intensivas provocam também “o forte aumento de incorporação de fertilizantes e de pesticidas que contaminam os sistemas de água”.

Perante este cenário, o deputado confrontou o primeiro-ministro com a “falta de legislação” e a “ausência de uma avaliação das consequências” do modelo da “proliferação do olival intensivo”, questionando se está disposto a suspender novos projetos até haver “um plano pensado”.

André Silva disse que apesar de ter sido criado em 2008 “um grupo de trabalho no Ministério da Agricultura para “avaliar as consequências da proliferação do olival intensivo” apenas foram elaborados relatórios em 2009, em 2010 e em 2011, que não foram publicados.

Na resposta, o primeiro-ministro, António Costa, disse que o governo está disponível para divulgar aqueles relatórios e para “encomendar um relatório sobre 2017”.

O primeiro-ministro disse que o olival é uma “cultura autóctone que importa valorizar” no contexto da reforma da floresta e da economia nacional.

Quanto aos impactos ambientais, Costa disse que tem de ser tidos em conta e que, por essa razão, o Governo “lançou recentemente o maior plano de regadio das últimas décadas” para levar ao conjunto do país a capacidade de gestão de água que “tão boas provas tem dado no Alqueva”.