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ONU pede mais de 850 Milhões de Euros para apoiar vítimas do Boko Haram na Nigéria

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A ONU apelou hoje à constituição de um fundo de 1,05 mil milhões de dólares (851,2 milhões de euros) para apoiar as mais de 6,1 milhões de vítimas da insurreição pelo grupo ‘jihadista’ Boko Haram no nordeste da Nigéria.

O apelo foi feito pelo coordenador humanitário da ONU na Nigéria, Edward Kallon, que indicou que essa “ajuda vital” é uma “prioridade imediata” para as populações mais vulneráveis dos Estados de Borno, Yobe e Adamawa.

O pedido de financiamento aos doadores, acrescentou, permitirá também melhorar os programas de assistência alimentar e humanitária já em curso e as apoiar as organizações locais a suprir as suas necessidades no longo prazo.

“Serão precisos 1,05 mil milhões de dólares para responder às necessidades de 6,1 milhões de pessoas”, frisou Edward Kallon, durante a apresentação, em Abuja, de um plano de resposta humanitária na Nigéria para 2018, salientando que, no nordeste do país, se vive uma situação “precária”.

Kallon lembrou que o apelo idêntico feito para 2017, no montante de mil milhões de dólares (815 milhões de euros), foi financiado em 70%, tornando a Nigéria um dos países que mais foram financiados no mundo.

A insurreição do Boko Haram, que dura desde 2009, e a sua repressão pelo exército nigeriano, causou pelo menos 20 mil mortos e mais de 2,6 milhões de deslocados, provocando uma grave crise humanitária no nordeste da Nigéria.

Entre os 6,1 milhões de pessoas afetadas, mais de 940 mil crianças menores de cinco anos sofrem de má nutrição, referiu Kallon.

O Governo nigeriano, apesar de, no terreno, continuarem os confrontos, tem frequentemente reivindicado ter ganho a batalha contra o Boko Haram, designação que significa “a educação ocidental é interdita”, no dialeto Haoussa, falado em muitos países da África Ocidental.

Em dezembro de 2015, o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, assegurou que os ‘jihadistas’ estavam “tecnicamente derrotados”, após o exército nigeriano ter reconquistado várias e vastas áreas do nordeste do país controladas pelo Boko Haram.

No entanto, o movimento ‘jihadista’ continua a constituir uma ameaça e leva regularmente a cabo vários atentados suicidas mortíferos, bem como ataques contra populações civis e a guarnições militares.

Muitas regiões continuam totalmente inacessíveis e os civis não podem deslocar-se sem a devida proteção dos militares e operacionais dos dois lados.

“Milhões de pessoas continuam a sofrer com uma insegurança alimentar real e a mínima perturbação do processo de ajuda pode levar a região para o caos”, concluiu Kallon.