Madeira

Rui Abreu diz que “presidente da TAP vive numa realidade abstracta e num mundo de fantasia”

None

Rui Abreu, secretário-geral do PSD/Madeira, critica as declarações do presidente da TAP que, numa entrevista ao semanário Expresso, disse “rejeitar alterações às regras impostas ao Aeroporto da Madeira e afirmar que a quantia paga pelos madeirenses nas viagens operadas pela Transportadora nacional é módica”.

“Das duas uma, ou o presidente da TAP já se julga dono da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) e do país ou vive numa realidade abstracta e num mundo de fantasia onde tudo lhe é permitido, até brincar com a mobilidade de que quem está condicionado a uma ilha”, diz numa nota de imprensa dirigida à redacção.

No seu entender, não cabe ao presidente da TAP tomar a decisão sobre os limites de vento nem colocar em questão a preocupação dos madeirenses com a sua segurança, pois o que está em causa é uma decisão baseada em estudos técnicos e adaptada às condições actuais do aeroporto da Madeira, que são muito distintas daquelas que originaram essas restrições”.

“Ninguém mais do que os madeirenses está preocupado com a sua segurança do que eles próprios”, acrescenta, referindo que “o mundo de fantasia em que vive o presidente da TAP não se limita à operacionalidade do aeroporto da Madeira” e “dizer que as tarifas praticadas são módicas é gozar com os madeirenses e não ter a noção da realidade financeira da maioria dos portugueses”.

A seu ver, “o “módico” de Antonoaldo Neves corresponde a valores superiores, em grande parte do ano, ao salário mínimo nacional, do qual dependem milhares de famílias”.

“Será certamente um valor “módico” para o presidente da TAP, com uma salário muito superior à média dos portugueses, mas para a maioria dos madeirenses os valores praticados são incomportáveis e vergonhosos”, apontou, referindo que “mais grave do que estas declarações de Antonoaldo Neves é a postura do Governo da República que tudo permite e nada faz para salvaguardar o direito dos madeirenses à mobilidade dentro do seu próprio país”.

Rui Abreu diz ainda que nesta, como noutras matérias, “o que se assiste é um lavar de mãos e um deixa andar. Enquanto isso, os madeirenses ficam limitados, prejudicados e em situação de inferioridade relativamente aos demais portugueses”.