Madeira

Encaminhamento de doentes para fora revela “deficiência” do Serviço Regional de Saúde

PS reclama investimento e medidas extraordinárias nesta área

Foto PS
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O Partido Socialista esteve hoje pela manhã a falar aos jornalistas junto ao Instituto de Administração da Saúde para dar conta da contradição do Governo Regional ao criticar o Sistema Nacional de Saúde afirmando que este não dá resposta, ao mesmo tempo que envia cada vez mais doentes para o continente para serem tratados por este mesmo sistema. Segundo Sofia Canha, houve um aumento de 25% no número de encaminhamentos do Sistema Regional de Saúde (SRS) para outras estruturas de saúde a nível nacional para tratamentos em 2017, relativamente a 2016.

A deputada não critica o recurso, regista como positivo o encaminhamento uma vez que o sistema, “não dando resposta, tem feito por atender e salvaguardar a resposta ao utente”. No entanto, por outro lado “isto também corresponde a uma deficiência do próprio SRS, uma carência que tem sido assinalada por nós, que é notória e admitida pelo Governo Regional”, afirmou. “Se a nível nacional o Sistema Nacional tem sido tão criticado, que não dá resposta, segundo o Governo Regional, está aqui a contrariar-se porque se encaminha para as estruturas nacionais significa que reconhece essa capacidade”.

Em 2017 foram encaminhadas para fora da Região 1.124 pessoas, mais 284 pessoas do que as de 2016, contabilizou o PS.

Sofia Canha e o partido defendem medidas extraordinárias para resolver os problemas da saúde na Região. “O sistema não está a dar resposta, tem de haver de facto um reforço extraordinário para a resolução destes problemas, tanto na área do orçamento, em termos financeiros, como também outras respostas. Lembro que o Governo Regional abandonou o próprio programa de governo. Por exemplo, para combater as listas de espera havia os Cheques-cirurgia, havia a contratualização de outras entidades, mesmo as privadas, para dar resposta às listas de espera”.

O Partido admite que houve algum trabalho, “medidas esporádicas para combater” que entende não são suficientes. A estratégia do Governo alterou-se, acusa. “Aquilo que se verificou foi um aumento das listas de espera para cirurgia, portanto não surtiu efeito; o programa SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia) também não foi implementado (...), optou-se por programas de controle de cirurgias, mas as estatísticas dizem, do próprio governo, não solucionou a situação”

Apesar dos esforços que têm sido feitos, alerta a deputada, “é preciso esforços acrescidos porque houve um período relativamente longo de desinvestimento na área da saúde. Esse desinvestimento resultou naquilo que se verifica actualmente, muitos utentes em lista de espera há 15 anos, por exemplo”.