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Universidade do Minho cria projecto ‘online’ para optimizar tempos livres dos idosos

Foto Rui Manuel Fonseca / Global Imagens
Foto Rui Manuel Fonseca / Global Imagens

O Instituto de Educação da Universidade do Minho (UMinho) criou a “Rede Aproximar”, para ajudar ‘online’ a otimizar os tempos livres dos idosos, estimulando as suas capacidades físicas e intelectuais e a interação social, anunciou hoje aquela academia.

Em comunicado, a UMinho sublinha que a iniciativa, disponível em facebook.com/projeto.rede.aproximar, pretende contribuir para o bem-estar biopsicossocial e espiritual da população idosa em Portugal, “cuja situação de isolamento e solidão se agravou com a pandemia” de covid-19.

A equipa de trabalho mobiliza o Centro de Investigação em Educação, o Núcleo de Estudantes de Educação e o mestrado em Educação - área de especialização em Educação de Adultos e Intervenção Comunitária.

A intervenção socioeducativa e comunitária prevista inclui quatro campos: estimulação cognitiva, estimulação motora, educação ao longo da vida e cultura, arte e tradição.

Há, por exemplo, dicas para evitar o stress e a ansiedade ou para prevenir quedas, mas também se descobre canções para relaxar, se completa provérbios ou sopas de letras, se testa a destreza de movimentos e se faz uma visita virtual a um museu ou monumento.

Ao fim de semana, há um desafio ligado à temática dos dias anteriores.

“Estamos a trabalhar a partir dos contextos da experiência de vida dos idosos, atendendo às características dos seus comportamentos e atitudes e procurando ir ao encontro dos seus interesses, necessidades, motivações e expectativas”, contextualiza Maria Conceição Antunes, coordenadora do projeto e professora do Instituto de Educação, citada no comunicado.

O projeto procura contemplar as vertentes consideradas essenciais a um envelhecimento bem-sucedido.

Maria Conceição Antunes frisa que aquela população “precisa muito de ser ouvida, de diálogo, de descobrir ou redescobrir as suas capacidades e de encontrar novos objetivos que permitam ressignificar o sentido da vida”.

Sublinha que as atividades propostas na “Rede Aproximar” implicam que o idoso seja um “ator” direto e não um espetador passivo.

“A pessoa idosa não vai olhar para elas como mera espetadora da TV, pois são ferramentas que apelam ao seu envolvimento e participação, que cada um seja ator e até o protagonista neste processo de co-construção de novas aprendizagens, de manutenção e teste de capacidades motoras e mentais e de estabelecimento de novas relações interpessoais”, explica.

Está em curso a divulgação da iniciativa junto de estruturas residenciais para idosos, centros de dia, centros de convívio e oficinas seniores, para sensibilizar estas instituições a envolverem os seus técnicos e utentes nas atividades propostas, a partilharem conteúdos da “Rede Aproximar” e a promoverem a infoinclusão.

Em simultâneo, a equipa do projeto prepara estratégias para sensibilizar familiares de idosos sós.

“O isolamento social e a solidão a que uma avó está sujeita pode diminuir com uma simples videochamada do neto a ajudar no procedimento de como ela pode seguir a ‘Rede Aproximar’”, diz Maria Conceição Antunes, admitindo que a infoexclusão dos idosos constitui uma “barreira complexa” no caminho do projeto.

Este projeto nasceu após um apelo da Reitoria da UMinho para a sua comunidade criar plataformas de apoio à sociedade perante a covid-19.

“Pensámos nos idosos, que têm várias frentes de fragilidade e cujo isolamento e solidão são muito desconhecidos e que pioraram no período da pandemia, pois os próprios familiares deixaram de visitá-los na sua casa ou no lar”, remata a responsável do projeto.

De acordo com o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde DGS), Portugal contabiliza 1.089 mortos associados à covid-19 em 26.182 casos confirmados de infeção.

Portugal entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

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