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Estivadores prolongam greve no Porto de Lisboa até 13 de Abril

Foto Rodrigo Antunes/Lusa
Foto Rodrigo Antunes/Lusa

O Sindicato dos Estivadores anunciou hoje o prolongamento da greve no Porto de Lisboa contra o que considera ser “um despedimento coletivo encapotado”, num dia em que os estivadores também estão a exigir meios para se protegerem da Covid-19.

“Vamos prolongar a greve total iniciada no dia 09 de março porque, na prática, nada foi alterado. Mantêm-se o atraso no pagamento de salários e o incumprimento do acordo salarial de 2018, a par do pedido de insolvência da A-ETPL, Associação-Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa”, disse à agência Lusa o presidente do SEAL, Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística.

António Mariano sublinhou também a preocupação dos estivadores com o risco de propagação da Covid-19 nos portos nacionais, adiantando que os estivadores estão a exigir meios de proteção individual - luvas e máscaras -, bem como a desinfeção dos locais de trabalho.

“Sabemos que algumas empresas do grupo Yilport já estão a disponibilizar máscaras e luvas, mas há outras empresas de estiva que hoje de manhã ainda não tinham disponibilizado esses meios de proteção individual”, disse António Mariano, convicto de que os navios comerciais constituem um fator de risco significativo para a propagação do coronavírus.

“Não há nenhum tipo de restrições para os navios da marinha do comércio, não é feito nenhum controlo térmico das tripulações nem é feito nenhum tipo de despistagem da Covid-19. E isso é uma coisa que não compreendemos”, acrescentou o dirigente do SEAL.

Os estivadores do Porto de Lisboa contam, a partir de agora, com a solidariedade ativa dos estivadores do Porto de Setúbal, que iniciaram hoje um período de greves parciais em solidariedade para com os estivadores de Lisboa, mas ‘poupam’ os navios da Autoeuropa.

De acordo com o Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística (SEAL), os trabalhadores da Operestiva, que prestam serviço à empresa Sadoport, do grupo Yilport, vão fazer duas horas de greve ao primeiro turno e uma hora de greve ao segundo turno.

Estas paralisações parciais não abrangem, no entanto, pelo menos para já, a Navipor, empresa que opera os navios que asseguram o transporte de automóveis produzidos na fábrica da Autoeuropa, em Palmela.

Os trabalhadores da Setulsete, outra empresa de trabalho portuário de Setúbal, que cede mão-de-obra às empresas Tersado e Setefrete, vão fazer apenas greve ao trabalho suplementar aos dias úteis.

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