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Costa afirma que próximo Governo será “próximo” do actual mas com “ajustamentos”

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O secretário-geral do PS afirmou hoje que o seu próximo Governo terá uma composição muito próxima do actual, mas com a introdução de ajustamentos, apontando como exemplo a já anunciada saída do ministro Vieira da Silva.

António Costa falava aos jornalistas no Palácio de Belém, após o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o ter indigitado como primeiro-ministro, depois de ouvir os dez partidos com representação parlamentar sobre a formação do novo Governo.

“Na essência, o próximo Governo será seguramente muito próximo do actual Governo, o que não quer dizer que não haja algumas alterações. Uma pelo menos é pública, porque o próprio, o ministro [do Trabalho e da Segurança Social], Vieira da Silva, já anunciou que não estava disponível para se manter em funções”, respondeu o líder socialista depois de questionado sobre a composição do próximo executivo por si liderado.

Além do caso de Vieira da Silva, António Costa referiu que, “com certeza, haverá mais algum ajustamento” no seu novo Governo.

“Mas, para já para já, agora é o tempo de ouvir os partidos políticos com quem temos de trabalhado ao longo da legislatura, ou que foram agora eleitos e se enquadram no nosso espaço político”, acrescentou, aqui numa alusão às restantes forças da esquerda parlamentar (Bloco, PCP, PEV e Livre) e ao PAN.

O primeiro-ministro indigitado considerou que, se houver condições para um acordo do PS com todos os partidos à sua esquerda, será excelente, se apenas com parte, também será bom, desvalorizando a questão da forma.

“Hipóteses: Há condições para fazer um acordo com todos, excelente. Há condições para fazer um acordo só com parte, bom também. Até pode não haver condições para haver acordo”, declarou António Costa, no Palácio de Belém, em Lisboa, acrescentando que “a questão da forma não é o essencial”.

O secretário-geral do PS adiantou ainda que, “se houver entendimentos com alguma força, é natural que esse entendimento tenha tradução no Programa do Governo”, como aconteceu há quatro anos.

Costa disse ainda que vai reunir-se com os parceiros sociais na quinta-feira, um dia depois da ronda que fará com as forças parlamentares de esquerda (Bloco, PCP, PEV e Livre) e com o PAN.

“Procederei na quinta-feira a encontros com todos os parceiros sociais, tendo em vista ouvir a sua opinião sobre a próxima legislatura”, declarou o líder socialista no final da sua reunião com o chefe de Estado, depois de referir que, já esta quarta-feira, fará uma ronda de reuniões com o Bloco de Esquerda, PCP, PEV, PAN e Livre.

Perante os jornalistas, António Costa disse esperar que “se reúnam as condições necessárias, não só para que o Governo se possa formar, apresentar perante a Assembleia da República e iniciar funções, mas também possa governar com estabilidade no horizonte da legislatura”.