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Açores passam de alerta a contingência e pedem maior fiscalização nos aeroportos

Foto DR
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O presidente do Governo dos Açores anunciou hoje a passagem do estado de alerta para contingência face ao surto de Covid-19, pedindo ainda o “reforço efetivo da fiscalização” no continente dos passageiros que embarcam para o arquipélago.

A elevação para o estado de contingência é feito nos termos do regime jurídico do sistema de Proteção Civil dos Açores e este estado ficará vigente até 31 de março, “não sendo de excluir” a sua prorrogação ou passagem “à fase seguinte prevista nesse documento”, referiu Vasco Cordeiro em conferência de imprensa, em Ponta Delgada.

A Lei de Base de Proteção Civil prevê vários níveis de intervenção, designadamente o estado de alerta, estado de contingência e estado de calamidade.

Por outro lado, o Governo dos Açores solicita ao Governo da República um “reforço efetivo da fiscalização, nos aeroportos nacionais de origem, dos passageiros que embarcam” para os Açores, “em especial quanto ao cumprimento, por estes, das orientações de saúde pública dos seus locais de origem”.

Vasco Cordeiro, questionado pelos jornalistas, recusou a ideia de uma situação de “isolamento” dos Açores, acrescentando que as medidas tomadas representam o “acompanhar de uma situação que evolui a cada segundo, a cada minuto”.

O governante anunciou também o ativar de uma “rede de proximidade de apoio aos açorianos deslocados, destinada a reforçar a informação junto dos açorianos residentes no continente e na Região Autónoma da Madeira, ou que aí estejam deslocados”.

A rede integra a Casa dos Açores do Norte, a Casa dos Açores de Lisboa, a Casa dos Açores da Madeira, o Serviço de Apoio a Doentes Deslocados e a Associação de Jovens Unidos pelos Açores.

E concretizou: “Na prática, esta rede recorrerá aos contactos e à experiência destas organizações na relação com os açorianos no restante território nacional para fazer chegar, de forma mais próxima, as informações sobre as decisões que, a cada momento, o Governo dos Açores e a Autoridade Regional de Saúde adotem, contribuindo também para o esclarecimento de eventuais questões de açorianos relacionadas com as mesmas”.

O chefe do executivo açoriano anunciou hoje também o implementar, “nas próximas horas”, de uma linha telefónica específica de informação não médica para esclarecimento de questões noutras áreas.

Na quarta-feira, Vasco Cordeiro havia anunciado o encerramento, na próxima segunda-feira, das escolas da região, e a interdição de diversos equipamentos públicos e privados, nomeadamente cinemas, ginásios e espaços naturais da região como as piscinas termais.

As várias autarquias açorianas e os espaços culturais têm também cancelado diversas atividades e espetáculos.

Nos Açores não há ainda registos de infetados pela Covid-19.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.300 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 140 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados, dos quais 107 estão internados.

A OMS declarou hoje que o epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) se deslocou da China para Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou 250 novas mortes, um recorde em 24 horas, e que regista 1.266 vítimas fatais.

O número de infetados em Itália, onde foi decretada quarentena em todas as regiões, é agora superior a 17.600, cerca de 2.500 mais do que na quinta-feira e praticamente metade dos quase 35 mil casos confirmados na Europa, onde se registaram perto de 1.500 mortos.

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