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Washington condena uso de força no Irão contra manifestantes

Grave recessão causada por mais sanções dos Estados Unidos desde 2018 são justificação do governo iraniano para aumentar combustíveis, razão dos protestos

Foto Nazanin Tabatabaee/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS
Foto Nazanin Tabatabaee/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS

A Casa Branca condenou este domingo a utilização de força no Irão depois de dois dias de protestos contra a subida dos preços dos combustíveis, que já provocaram duas mortes e levaram Teerão a interromper o acesso à Internet.

“Os Estados Unidos apoiam os iranianos nas suas manifestações pacíficas contra o regime que os deveria liderar”, afirmou Stephanie Grisham, porta-voz do executivo norte-americano, num comunicado.

“Condenamos o uso de força contra os manifestantes e as restrições de comunicação”, acrescentou, denunciando os excessos de um regime que “abandonou o seu povo”.

Desde o início dos protestos, dezenas de pessoas foram presas, segundo informações da imprensa iraniana.

Apoiando a decisão governamental, o líder supremo, o ayatollah Ali Khamenei, condenou hoje os atos violentos cometidos pelos manifestantes.

Segundo a agência oficial Irna, um polícia morreu esta madrugada devido a feridos resultantes de confrontos com “manifestantes” armados, à margem de um comício em Kermanshah (oeste). Um civil foi morto em Sirjan (sul), onde os manifestantes tentaram atear fogo em depósitos de combustível.

Os protestos surgiram depois de uma forte alta do preço dos combustíveis, anunciada na quinta-feira pelo governo iraniano.

A retirada unilateral dos Estados Unidos, em 2018, do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano alcançado em 2015, e o facto de terem decretado novas e mais pesadas sanções contra Teerão, mergulharam a economia do Irão numa grave recessão.