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Viena apresenta condições para contribuir na ajuda a parceiros da UE

Foto EPA/CHRISTIAN BRUNA
Foto EPA/CHRISTIAN BRUNA

O Governo austríaco disse hoje que o apoio que o país admite prestar aos parceiros da União Europeia mais afetados pela pandemia de covid-19 deve ser um empréstimo vinculado a condições concretas.

“Deve ficar claro que esses créditos devem ser devolvidos”, disse a ministra para a União Europeia, a conservadora Karoline Edstradler, na rádio pública austríaca.

A ministra afirmou que o país está preparado para apoiar os Estados mais afetados mas frisou que as ajudas “tem de ter condições muito claras”.

“A Áustria está preparada para ajudar os mais afetados porque, afinal de contas, temos de sair juntos desta crise de forma solidária e em estreita cooperação”, disse.

A ministra considera contudo que a crise não pode fazer aumentar desproporcionadamente o próximo orçamento plurianual da União Europeia e a Áustria não pode assumir as dívidas dos outros Estados.

Edstadler acrescentou que os parceiros europeus mais atingidos pela pandemia devem utilizar o dinheiro que recebam “em melhores condições” (fundos propostos pela Comissão Europeia) apenas para superar a crise e melhorar os sistemas sanitários.

Os chefes de Estado e de governo da União Europeia reúnem-se hoje por teleconferência para debaterem a forma de levantar a economia do bloco comunitário afetada pela pandemia do novo coronavírus.

A Áustria é um dos países que se opõe frontalmente à mutualização da dívida e junto à Holanda, Dinamarca, Suécia e Alemanha, defende que as ajudas estatais ao orçamento da União Europeia não devem ser superiores a 1% do Rendimento Nacional Bruto, apesar de ter flexibilizado a posição.

O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, esteve em contacto com os chefes de Governo da Holanda, Dinamarca e Suécia, além de ter trocado “impressões sobre o assunto” com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A ronda de contactos serviu para preparar a cimeira de hoje em que Kurtz deve voltar a rejeitar o plano de mutualização da dívida, segundo indicaram fontes da chancelaria à agência APA, da Áustria.

A pandemia fez mais de 100 mil mortos na Europa e provocou a pior crise económica desde os anos 1930 com previsões de um aumento histórico dos números do desemprego.

Há duas semanas, os ministros da Economia europeus concordaram com a criação de um pacote de medidas no valor de mais de 500 mil milhões de euros para apoiar empresas, trabalhadores e Estados em necessidade mais urgente, assim como concordaram trabalhar no sentido de lançar um Fundo de Recuperação para o relançamento da economia.

Mesmo assim, está por resolver a quantidade de dinheiro necessária para o fundo, origem do dinheiro e processo de distribuição de capitais.

São questões que vão ser discutidas hoje e que estão longe de ser consensuais entre os Estados da União Europeia.

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