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Reino Unido prepara desconfinamento com sistema de rastreamento

Foto EPA
Foto EPA

O Reino Unido vai contratar 18.000 pessoas para iniciar um sistema de rastreamento de casos de contágio com covid-19 para funcionar após o desconfinamento, cuja data ainda é incerta, afirmou hoje o ministro da Saúde, Matt Hancock.

O sistema “Test, Track and Trace [Testar, Localizar e Rastrear]”, aplicado em países como a Coreia do Sul, visa identificar casos de pessoas infetadas e alertar aquelas que estiveram em contacto próximo recentemente para que possam ser monitorizadas, testadas ou entrarem em isolamento.

“À medida que olhamos para a frente, isto é essencial para manter o vírus sob controlo”, explicou Matt Hancock.

Este sistema manual vai funcionar em paralelo com uma aplicação móvel em desenvolvimento, através da qual as pessoas que estiveram em contacto com alguém diagnosticado com o novo coronavírus serão alertadas automaticamente através do telemóvel.

Hancock disse hoje, durante a conferência de imprensa diária do Governo britânico sobre a pandemia de covid-19, que este sistema, anteriormente considerado inadequado pelas autoridades do Reino Unido mas usado com eficiência noutros países, vai ser aplicado à medida que o número de casos começar a descer.

“Vai ser crítico para impedir um segundo pico”, vincou.

O sistema vai ser possível graças ao aumento da capacidade de testagem no país, atualmente em cerca de 40.000 testes diários, mas que o Governo está confiante de que vai alcançar a meta de 100.000 antes do final da próxima semana.

Entretanto, as autoridades sanitárias anunciaram hoje o início de um estudo na população britânica, inicialmente com 25 mil pessoas, mas que vai estender-se a 300 mil, para perceber quantas foram infetadas e qual o nível de imunização no país.

Apesar de o Governo escocês ter publicado hoje um documento de 20 páginas com um plano para o desconfinamento, o ministro da Saúde recusou adiantar pormenores sobre quando e como vão ser levantadas as medidas de distanciamento social.

O regime de confinamento foi decretado em 23 de março e renovado por mais três semanas em 16 de abril, resultando no encerramento de atividades económicas. As pessoas só podem sair para fazer compras de bens essenciais, exercício ou trabalhar, se não puderem fazê-lo remotamente.

Hancock salientou que a mensagem do Governo para as pessoas ficarem em casa “conseguiu reduzir [o número de casos] e achatar a curva”, mas argumentou “ainda há muito trabalho a ser feito” e o executivo está absolutamente determinado a evitar um segundo pico”.

A atualização diária dos dados feita hoje pelo Ministério da Saúde revelou que morreram 18.738 pessoas infetadas com covid-19, mais 616 do que no dia anterior, e estão identificados 138.078 casos de infeção, um aumento de 4.583 nas últimas 24 horas.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 184 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Cerca de 700 mil doentes foram considerados curados.

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