>
Mundo

ONU denuncia 17 ataques desde Janeiro contra hospitais em Tripoli

Foto AFP
Foto AFP

Pelo menos 17 ataques foram registados desde janeiro contra estabelecimentos hospitalares na capital da Líbia, Tripoli, e arredores, onde há mais de um ano decorrem combates entre forças rivais, indicou hoje a missão da ONU na Líbia (Manul).

Em abril de 2019, o marechal Khalifa Haftar, o homem forte do leste líbio, desencadeou uma ofensiva em direção à capital onde se encontra sediado o Governo de Acordo Nacional (GAN), reconhecido pela ONU.

Os dois campos disputam o poder no país petrolífero, em situação de caos desde o derrube do regime de Muammar Kadhafi em 2011, na sequência de uma revolta interna e de uma decisiva intervenção militar da NATO.

“Desde o início do ano ocorreram 17 ataques e bombardeamentos contra estabelecimentos de saúde na Líbia (...) e estes ataques prosseguem”, indicou em comunicado a Manul.

O último incidente ocorreu na quinta-feira “contra o Hospital Central de Tripoli (HCT), quando diversas zonas da capital foram atingidas por granadas de morteiro”, acrescentou a missão das Nações Unidas, ao condenar “todos os atos que coloquem em perigo a vida de civis e impeçam o acesso aos serviços de socorro”.

“O bombardeamento cego de certos setores em Tripoli danificou parcialmente o HCT, em particular os edifícios dos serviços de doenças transmissíveis e de dermatologia”, indicou à agência noticiosa AFP Amine al-Hachemi, porta-voz do ministério da Saúde do GAN.

O GAN atribuiu estes ataques às forças pró-Haftar, acusações negadas pelo porta-voz do marechal dissidente.

Os ataques contra civis e diversas infraestruturas são frequentes desde o início da ofensiva de Haftar contra Tripoli, mas intensificaram-se nas últimas semanas.

Desde o início de maio, pelo menos 19 pessoas -- 17 civis e dois polícias -- foram mortas e mais de 66 civis feridos por disparos de granadas de morteiro contra diversos bairros residenciais de Tripoli e o seu aeroporto.

Para além das violências associadas à guerra civil, os habitantes da capital confrontam-se com cortes de eletricidade, em particular durante os picos de consumo.

Devido à vaga de calor entre quarta-feira e hoje, diversos bairros da capital ficaram sem corrente elétrica durante mais de 36 horas.

A guerra civil na Líbia, que se agravou na sequência da ingerência militar externa, em particular do Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos em apoio a Haftar, e mais recentemente da Turquia e Qatar em auxílio ao GAN, provocou milhares de mortos e mais de 200.000 deslocados.

Fechar Menu