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Mercado encerrado após detectar foco de contágio na Venezuela

As autoridades venezuelanas encerraram o mercado de Las Pulgas, na cidade de Maracaibo (700 quilómetros a oeste de Caracas), depois de verificarem que daí provinham 63% dos casos de pacientes suspeitos de contágio com o novo coronavírus na região.

O encerramento foi anunciado pelo governador do Estado de Zúlia, Omar Prieto, que explicou aos jornalistas que todas as actividades comerciais estavam suspensas.

“Detectámos que o foco de contágio (regional) é em Las Pulgas”, disse.

Segundo Omar Prieto, o iníquo do foco está relacionado com a chegada ao local de pessoas que fazem comércio na Colômbia e que trazem moedas e notas desde o vizinho país.

O governador explicou que foi instalado um programa de desinfecção das instalações do mercado, em conjunto com os serviços de Protecção Civil e de Epidemiologia, durante o qual funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar), do Exército, da milícia bolivariana e das polícias municipais e regionais vigiam o lugar.

Desde segunda-feira que o centro e o sul da cidade de Maracaibo está fortemente vigiada pelas forças de segurança, que bloquearam a circulação por várias ruas, impedindo a passagem de pessoas que vão para o trabalho, ocasionando, segundo a imprensa local, aglomerações e trocas de palavras, com subidas de tom, com os funcionários.

Por outro lado, centenas de pessoas e dezenas de comerciantes tentaram, sem sucesso, chegar até ao mercado e foram reprimidos pelas forças de segurança com bombas de gás lacrimogéneo.

Na Venezuela estão confirmados, oficialmente, 1.177 pacientes infectados com o coronavírus e 10 mortes associadas à doença que provoca, a covid-19, tendo 302 pessoas recuperado da doença.

O número de infetados disparou desde 13 de maio último, altura em que estavam confirmados 423 casos.

Um estudo divulgado recentemente pela Academia de Ciências Físicas, Naturais e Matemáticas da Venezuela prevê que o país vai entrar numa nova fase da pandemia da covid-19, com a expansão acelerada do número de infectados, que deverá chegar a 4.000 até setembro.

O estudo tem sido questionado pelo regime que acusa a Academia de fomentar um clima de alarme social.

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado sábado, dá conta que até 21 de maio último a Venezuela tinha realizado 697.691 provas de diagnóstico da covid-19, das quais 16.577 correspondiam a exames de Reação em Cadeia de Polimerasa (PCR).

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a epidemia. O estado de alerta está em vigor até 13 de junho.

Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários estados do país.

Os voos nacionais e internacionais estão restringidos.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 346 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Quase 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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