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Lula da Silva debate fascismo e extrema-direita com ex-governantes europeus

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O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva encontrou-se esta quarta-feira com o antigo mandatário francês Nikolas Sarkozy e com o ex-primeiro-ministro italiano Enrico Letta, com quem discutiu a “ascensão do fascismo” e o “avanço da extrema-direita”.

“Com o ex-presidente francês Nikolas Sarkozy, reflectimos sobre o avanço da extrema-direita. Ele relatou observar com preocupação a escalada autoritária do Governo de Bolsonaro [actual chefe de Estado do Brasil], e disse que o Moro [ex-juíz e actual ministro da Justiça brasileiro] escancarou a sua parcialidade ao aceitar fazer parte desse Governo”, escreveu Lula na rede social Twitter, partilhando ainda fotografias do momento em que se reuniu com o antigo governante francês.

O histórico líder do Partido dos Trabalhadores (PT) também se encontrou com o antigo primeiro-ministro italiano Enrico Letta, com quem abordou temas como a ascensão do fascismo e a crise dos refugiados no continente europeu.

“Com Enrico Letta, ex-primeiro-ministro da Itália. Dividimos muitas preocupações em comum, em especial a ascensão do fascismo que aflige não só o Brasil. Conversamos muito sobre a crise dos refugiados na Europa, tema especialmente sensível e que requer a nossa atenção”, indicou o ex-chefe de Estado brasileiro, também no Twitter.

Luiz Inácio Lula da Silva encontra-se numa viagem pela Europa que, segundo o próprio, servirá para discutir a questão da desigualdade social com líderes políticos, sindicais e religiosos.

Na segunda-feira, o antigo Presidente brasileiro recebeu o título de cidadão honorário da capital francesa, mostrando-se comprometido a lutar contra o actual Governo no Brasil.

“Estou muito motivado e podem acreditar numa coisa. Eu tenho 74 anos de idade, mas tenho energia de 30 [...]. Estou mais motivado que nunca a reconquistar a democracia no nosso país e o direito do nosso povo ser feliz”, afirmou na ocasião Lula da Silva, no seu discurso na Câmara Municipal de Paris, perante centenas de pessoas.

O ex-chefe de Estado do Brasil foi recebido nos salões nobres da Câmara Municipal de Paris, tendo a seu lado a sua sucessora, Dilma Roussef, e Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores na última eleição presidencial brasileira (2018), e recebeu das mãos da autarca parisiense, Anne Hidalgo, o título de cidadão honorário da capital.

Esta distinção tinha sido conferida a Lula de Silva em outubro do ano passado, quando o ex-líder brasileiro ainda estava preso por corrupção e branqueamento de capitais.

Já na terça-feira, ainda na capital de França, Lula foi o convidado principal do Festival “Lula Livre em Paris”.

Nos próximos dias, Lula segue para Genebra, na Suíça, onde se irá reunir na sexta-feira com representantes do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), organismo que reúne mais de 340 igrejas em mais de 120 países, onde abordará a questão da desigualdade social e se reunirá com representantes de sindicatos internacionais.

A viagem de Lula da Silva pela Europa terminará em Berlim, capital da Alemanha, onde se encontrará com líderes políticos e representantes do movimento sindical alemão.

O antigo chefe de Estado foi condenado em dois processos por corrupção e tem pelo menos sete outras investigações contra si. Esteve preso durante 580 dias, tendo sido colocado em liberdade em novembro passado.

Lula da Silva foi condenado em terceira instância a 08 anos e 10 meses por corrupção passiva e branqueamento de capitais depois de ser considerado culpado de receber um apartamento de luxo na cidade do Guarujá, litoral do estado brasileiro de São Paulo, em troca de favores políticos à construtora da OAS.

A outra pena que pesa sobre Lula da Silva é de 17 anos e um mês de prisão num caso sobre a posse e reformas executadas numa quinta na cidade de Atibaia, no interior do estado de São Paulo, que terão sido executadas alegadamente como pagamento de suborno feito pelas construtoras OAS e Odebrecht.

Lula da Silva sempre negou todas as acusações e diz ser vítima de perseguição judicial executada por pessoas que têm ambições políticas.

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