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Governo assegura continuidade no ensino de português em Clermont-Ferrand, França

O Governo português assegurou hoje que as aulas de português em Clermont-Ferrand vão continuar, depois de as autoridades locais da segunda cidade francesa com mais portugueses terem previsto congelar a vaga de professor de português no ensino básico.

O problema da continuidade do ensino de português em Clermont-Ferrand ia colocar-se no fim deste ano letivo, quando a professora que ensina português nas escolas básicas Lucie Aubrac e Lempdes entrasse para a reforma.

O Reitorado da cidade anunciou então que esta vaga deveria “ser congelada”, mas esta intenção foi entretanto foi revista pelas autoridades francesas, após “estreito acompanhamento” da Coordenação de Ensino Português em França e da representação diplomática de Portugal em França.

“Desses contactos resultou a garantia expressa de que o português vai continuar a ser ensinado nos dois collèges [escolas de ensino básico] onde a professora lecionava, o que significa que se encontra assegurada a sua substituição”, pode ler-se na resposta oficial do gabinete da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, enviada à agência Lusa.

Esta é uma temática que inquietava a comunidade portuguesa, já que sem português no ensino básico, os alunos que quisessem continuar a estudar a língua teriam de o fazer à distância e depois continuar presencialmente no liceu.

No entanto, resta ainda o desafio de haver poucos inscritos nas aulas de português na cidade, apesar de haver muitos jovens de origem portuguesa.

“É um assunto difícil porque mesmo para um diretor de escola com boa vontade, poucos alunos não justificam manter o posto de professor de português”, relatou Manuela Ferreira de Sousa, eleita local.

A falta de alunos deriva, desde logo, da falta de conhecimento dos pais dessa possibilidade.

“Para ter aulas é preciso ter muitas pessoas a inscreverem-se e eu acho que, às vezes, as pessoas nem sabem que os filhos podem ter português na escola, se pedirem. Há outras comunidades que já fazem isso, mas não a nossa”, indicou Céline Pires, candidata às eleições municipais.

Em Clermont-Ferrand, onde também há uma vasta comunidade de cidadãos brasileiros, é possível aprender português desde a escola primária até ao ensino superior, já que a universidade da cidade conta com um departamento de estudo portugueses e brasileiros.

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